Oposição recolhe assinaturas para CPI dos Correios

 

Politica - 17/05/2005 - 14:29:38

 

Oposição recolhe assinaturas para CPI dos Correios

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP) afirmou hoje que o seu partido começará a reunir assinaturas nesta tarde para entrar com o pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista para investigar as denúncias de corrupção envolvendo a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e outras estatais citadas por reportagem da revista Veja desta semana. A oposição quer centrar as investigações no governo, e não no PTB, cujo presidente, Roberto Jefferson (PTB-RJ), é citado nas denúncias. Zulaiê acredita também que conseguirá obter assinaturas do PT. De acordo com as denúncias, o ex-diretor da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Maurício Marinho, indicado pelo deputado Roberto Jefferson (RJ), recebia propinas em troca de preferência em licitações. Hoje, às 16h, o deputado Jefferson vai se defender no plenário da Câmara contra as acusações. "Queremos essa CPI o mais rápido possível para mostrar para a sociedade que ninguém é imune, nem dentro do governo, apesar de o Marinho ter dito 'que aqui (Correios) é mais fácil fazer corrupção do que lá fora'". "O mais importante é começar a agitar para termos a população do nosso lado", completou a deputada. Zulaiê acredita que a CPI é muito importante para o Ministério Público e para o Judiciário, pois serviria como subsídio para os dois poderes mais tarde. Para conseguir instaurar a CPI é necessário um terço de assinaturas da Câmara e do Senado, ou seja, 171 deputados e 27 senadores. A decisão do PSBD em reunir assinaturas para instaurar a CPI foi anunciada ontem pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Ele leu nota assinada pelo líder do partido, senador Arthur Virgílio (AM). Na nota, o líder do PSDB diz que não aceita que o governo tente "desviar a atenção" da denúncia para o PTB, "como se fosse um caso isolado, quando tudo indica tratar-se de corrupção que se alastra por vários setores do governo". O PSDB sustenta que a apuração deve ser feita pelo Ministério Público e pelo Congresso Nacional, em uma CPI. Virgílio disse que não vale o governo Lula investigar o governo Lula. "Já vimos esse filme, especialmente no caso Valdomiro Diniz. Por isso, denúncias gravíssimas como essas têm de ser investigadas pelo Ministério Público e pelo Congresso", reafirmou. Jorge Bornhausen (PFL/SC), que também apóia a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, disse ao Jornal do Terra que "os parlamentares de bem" vão querer a abertura de CPI. O líder do PTB na Câmara, José Múcio (PTB/PE), quebrou o silêncio e, não resistindo às pressões, disse que o partido quer uma investigação ampla e vai apoiar a abertura de uma CPI. Já o líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (PT/MS), disse ser um exagero uma abertura de CPI por se tratar de um "caso isolado". O vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, afirmou que as denúncias publicadas pela imprensa sobre o possível envolvimento de funcionários dos Correios em um esquema de corrupção devem ser apuradas. "Todas essas questões devem ser investigadas. Com relação à CPI, é uma decisão do Congresso. Não posso dar a decisão de um poder independente". Confira na íntegra a nota do PTB: A Executiva Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro, tendo em vista denúncias contidas na matéria O Homem-chave do PTB, publicadas pela revista Veja, edição de 18 de maio de 2005, vem a público para esclarecer o que se segue: - Não há, nem nunca existiu, qualquer esquema de corrupção envolvendo o Partido. - Os fatos noticiados por Veja dizem respeito ao funcionário Maurício Marinho e estão circunscritos exclusivamente a sua própria pessoa. O funcionário em questão não pertence aos quadros do Partido e não mantém relacionamento pessoal ou profissional com sua Presidência nacional. - O diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório, a quem Maurício Marinho era subordinado, tão logo se inteirou dos fatos decidiu, por iniciativa própria e apoiado pela Direção do Partido - antecipando-se a qualquer solicitação -, pedir seu afastamento para que a investigação se processe de forma rápida e transparente. No pedido de afastamento, Antônio Osório autorizou a quebra do seu sigilo bancário e fiscal. - Reiteramos nossa confiança no deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, que foi de forma leviana, indevida e criminosa citado pelo Sr. Maurício Marinho. Temos convicção da honestidade e da correção que sempre pautaram as ações de Roberto Jefferson. E acreditamos que, fiéis à verdade, manteremos íntegro o nosso Partido. Brasília, 16 de maio de 2005 Executiva Nacional do PTB

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