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Mesmo que seja reeleito para a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva deixará para seu sucessor uma dívida referente ao Bolsa-Família.
A fim de garantir a viabilidade do programa, o governo recorreu a um empréstimo de US$ 572,2 milhões (R$ 1,415 bilhão) junto ao Banco Mundial (Bird), cujo pagamento tem carência de 60 meses. A primeira parcela vencerá somente em 2010, quando Lula estará no último ano de seu mandato - caso consiga ampliá-lo nas urnas em 2006.
A autorização para a liberação do crédito foi dada pelo Senado no dia 19 de abril, por meio de voto. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o prazo total de pagamento do débito será de 198 meses, ou 16 anos e meio, com parcelas semestrais.
Todo o dinheiro será repassado até o final do próximo ano, mas o governo estuda prorrogar o recebimento da verba até o primeiro semestre de 2007. O Bird já havia aprovado o empréstimo em junho do ano passado, porém o Senado levou cerca de seis meses para dar o aval final sobre o assunto. O contrato será assinado nos próximos dias.
Trata-se da primeira vez que o governo Lula recorre a um empréstimo internacional a fim de custear um programa social. Os recursos do Bird serão entregues mensalmente e, do total previsto em contrato, US$ 15 milhões se destinarão ao aprimoramento do cadastro único e dos programas complementares, bem como servirá para avaliar o impacto da medida na economia local.
O Bolsa-Família tem previsão orçamentária para este ano de R$ 6,5 bilhões, e sua meta, até o final de 2005, é atender 8,7 milhões de famílias a partir da inclusão daquelas que têm renda per capita de até R$ 50 (hoje o limite está em R$ 100). O governo pretende beneficiar 11,2 milhões de famílias até o término do próximo ano.
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