Bancos que devolvem a CPMF para novos investimentos em determinados fundos podem ser uma alternativa para colocar o dinheiro de aplicações antigas na conta-investimento escapando da primeira tributação. É preciso, porém, avaliar bem a taxa de administração e o perfil do novo fundo, para evitar perder na rentabilidade ou no imposto de renda o que se ganha na transferência.
O Santander Banespa é uma das instituições que oferecem essa alternativa. São oito fundos - quatro do Banespa e quatro do Santander - que devolvem a CPMF se o cliente ficar mais de 60 dias. O valor equivalente aos 0,38% é creditado na conta logo após a aplicação. Mas a promoção vale apenas para clientes de outros bancos que aplicarem até dia 28 de fevereiro, diz Paulo Prado, superintendente de Produtos do Santander Banespa.
A promoção começou em 18 de janeiro e atraiu R$ 200 milhões em novos depósitos. Todos os fundos são de longo prazo, portanto, dão direito às alíquotas menores de imposto a partir de um ano. Os que exigem menor aplicação - Classic DI e Banespa Classic DI -, de R$ 2,5 mil, têm também as taxas de administração mais altas, de 4% ao ano. Já os demais - Senior DI, Senior RF e Super Gestão do Santander e DI Especial, RF Especial e Super Gestão no Banespa - exigem no mínimo R$ 25 mil, mas cobram 2,5% ao ano de taxa de administração.
Outros bancos também oferecem a restituição do imposto. Na Nossa Caixa, ela vale para funcionários públicos em geral e algumas categorias que possuem convênio com o banco, como advogados, arquitetos, médicos, dentistas, engenheiros e agrônomos nas transferências de outros bancos por um prazo de 60 dias a partir da abertura da conta.
No Banco do Brasil, o Renda Fixa Bônus Longo Prazo, devolve ao cliente no ato da aplicação a CPMF . O fundo, porém, tem carência de 180 dias para resgates e aplicação mínima de R$ 20 mil. O Itaú tem duas carteiras que devolvem a CPMF após três meses, o Prêmio RF 90 e o Prêmio DI 90. A aplicação mínima é de R$ 5 mil e a taxa de administração, de 4% ao ano. Já o Bradesco tem um fundo, o FAC Curto Prazo 90, que devolve a contribuição após 90 dias, mas que não dá direito às alíquotas menores de IR.
Para Fernando Meibak, diretor-geral da HSBC Asset Management, porém, o mais relevante para o investidor não é a CPMF, mas a taxa de administração do fundo e se ele é de curto ou longo prazo, pois o impacto de imposto de renda é maior que o da CPMF. "Políticas deliberadas de reembolso têm por trás a cobrança de taxas de administração mais elevadas", diz ele, lembrando que não há almoço grátis também nos fundos de investimento. Ele lembra que o que diferencia a rentabilidade em fundos conservadores, como DI e renda fixa, que são muito parecidos em todas as instituições, são as taxas de administração. "Se for um fundo de ações ou derivativos, aí vale olhar o retorno no tempo", acrescenta. Para ele, a troca só valerá se o investidor não tiver como conseguir uma taxa de administração mais baixa. Mas alerta que é preciso levar em conta o imposto de renda maior nos saques até seis meses, o que engessa a aplicação.
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