Caverno do Diabo em São Paulo uma aventura no interior da Terra

 

Turismo - 28/09/2004 - 11:21:27

 

Caverno do Diabo em São Paulo uma aventura no interior da Terra

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Desde sua descoberta, sua história é povoada pelas mais incríveis lendas. Justamente por isso, a Caverna do Diabo é um lugar que merece ser visitado pessoalmente.

Desde sua descoberta, sua história é povoada pelas mais incríveis lendas. Justamente por isso, a Caverna do Diabo é um lugar que merece ser visitado pessoalmente.

A apenas 280 quilômetros de São Paulo, no município de Eldorado, não é totalmente aberta à visitação pública. Dos 3 mil e 200 metros de extensão da caverna, apenas 400 metros estão livres para os turistas. Esta área dispõe de sistema de som e luz, passarelas, escadas e corrimãos. A longa estrada de terra que conduz à caverna e os sobes e desces em seu interior, constitui, sem dúvida, uma aventura para quem tem fôlego. A entrada da caverna fica a 500 metros de altitude e, lá dentro, o cenário é surpreendente. Curiosas estalactites, estalagmites, cortinas de pedras e cascatas de calcita intrigam especialistas e turistas que tentam desvendar os mistérios do lugar. As estalactites se formaram com a penetração da água no solo e, posteriormente, na camada de calcário, até atingir o teto da caverna. As estalagmites se elevam do solo, numa proporção estimada em três centímetros por século, o que justifica a preocupação dos guias e guardas da caverna com a degradação de seu interior.  De um lado ao outro da caverna registra-se um desnível de 150 metros, o que impossibilita o acesso de pessoas inexperientes na maior parte de sua extensão. Somente espeleólogos têm permissão para ultrapassar os limites pré-determinados. As formações mais interessantes podem ser vistas no salão conhecido como Catedral. A beleza do lugar dá asas à imaginação. Talvez, por isso, algumas dessas formas ficaram eternizadas com nomes um tanto quanto estranhos: Cabeça de Ema, Guardião, Galeria dos Órgãos, Pia Batismal, Branca de Neve, Cemitério, Perfil de Buda, Reis Magos, Templo Perdido, Caldeirão do Diabo e Torre de Pisa.  Passando por esta galeria atinge-se um lago de águas represadas do Ribeirão das Ostras. À direita está o setor superior, aberto aos turistas. E descendo, à esquerda, acredita-se que há um incrível e sinistro labirinto com cerca de cinco mil metros de corredores e galerias subterrâneas na mais profunda escuridão. Neste trecho, que parece conduzir ao centro da Terra, é proibida a entrada, pois o terreno é extremamente acidentado e perigoso.  Outras coisas fascinantes podem ser vistas lá em baixo, num percurso, ora dentro das águas do ribeirão, ora nas rochas. São cachoeiras, lençóis de água e o lago do Silêncio, com 200 metros de extensão. Em alguns momentos, para se ultrapassar os obstáculos, é necessário o uso de cordas até ter a certeza de estar pisando em solo seguro. Dentro da caverna, o silêncio só é quebrado pelas águas que deslizam pelas rochas. Mas, lá dentro, o som é diferente. No interior da caverna tem-se a impressão de estar no maior lugar do mundo e, ao mesmo tempo, no menor cantinho, prestes a desabar. No ar sente-se o cheiro do perigo. Três parques numa única viagem O Parque “Carlos Botelho” integrou-se ao Parque Estadual de Intervales, administrado pela Fundação Florestal, e ao Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), gerenciado pelo Instituto Florestal, para criar o Roteiro Turístico dos Parques da Serra de Paranapiacaba.  O objetivo é dar ao ecoturista a oportunidade de, numa mesma viagem, conhecer as três unidades, situadas na mesma região. “O visitante pode conhecer o núcleo de cavernas do Petar, aproveitar a ótima estrutura hoteleira do Intervales e buscar um contato mais íntimo e rústico com a natureza no Carlos Botelho”, disse José Luiz Maia. Ele considera que, em termos ambientais, um parque completa o outro.  Pode-se explorar cavernas e cachoeiras, praticar esportes radicais, ou apenas observar a flora e perceber a riqueza da fauna. “Em nenhum outro lugar se pode chegar tão perto de animais em seu habitat”, disse. Petar - O Petar tem 40 mil hectares e oferece quatro núcleos de visitação que levam à maior concentração de cavernas da América do Sul. São mais de 250 grutas e cavernas já catalogadas, entre elas a do Santana, uma das mais amplas do Estado. A caverna é percorrida pelo Rio Roncador, onde vive o bagre-cego, um peixe albino extremamente raro. Suas galerias são repletas de estalagmites e estalactites. A Trilha do Morro Preto leva à Cachoeira do Couto e à caverna com o mesmo nome. Após uma caminhada íngreme, de 200 metros, chega-se à Gruta do Morro Preto. A Trilha do Betary percorre o leito desse rio, com dezenas de cachoeiras e piscinas naturais ao longo de 3,6 quilômetros. O Petar tem local para barracas. Intervales - O Parque Estadual de Intervales tem 49 mil hectares e cerca de 300 espécies de aves catalogadas. Como era uma antiga fazenda, possui uma estrutura hoteleira com piscina, áreas para convenções e reuniões, restaurante e quadra de esportes. Tem também alojamentos para pesquisas científicas. A sede fica a 860 metros de altitude e o clima é muito agradável. As trilhas possibilitam longas caminhadas pela mata. Uma delas leva à Gruta Colorida, com amplos salões repletos de espeleotemas. Há outras dez grutas que podem ser visitadas. A trilha do Mirante percorre um rio raso, com cachoeiras, e leva ao ponto mais alto da região. As cachoeiras das Pedrinhas e da Água Comprida são muito bonitas. Parque Carlos Botelho - O Parque Estadual Carlos Botelho é uma reserva de Mata Atlântica com 37,6 mil hectares, último refúgio no Estado de São Paulo do mono-carvoeiro, o maior primata americano. A biodiversidade da reserva, que vem sendo protegida desde a década de 20, levou a Unesco a reconhecê-la, em novembro do ano passado, como sítio do patrimônio mundial natural e hoje transformou-se em “laboratório” de biólogos, pesquisadores e cientistas. O Parque está passando por melhorias para estimular o turismo ecológico. Entre as novas instalações, destacam-se o portal e o Centro de Atendimento ao Visitante, possibilitando o recebimento de grupos com até 40 pessoas. As três trilhas, duas delas auto-guiadas, foram sinalizadas e são objeto de um intenso trabalho de conscientização dos visitantes.  As visitas monitoradas começam pelo centro de visitantes, onde são mostrados vídeos do parque, incluem uma passagem pelo museu de zoologia - o acervo inclui mamíferos empalhados, tralhas e armadilhas usadas por caçadores e uma coleção de obras e aranhas -, e prosseguem na Trilha da Represa. Os 2,5 quilômetros são uma verdadeira lição de botânica. Placas identificam as árvores e os guias mostram orquídeas, samambaias, líquens, fungos e plantas aquáticas. A Trilha do Rio Taquaral é auto-guiada e a que mais recebe turistas. O rio, de água encachoeiradas, descendo a serra em direção ao vale do Rio Paranapanema, forma cenários que encantam os visitantes. Lugar era sagrado para índios Os índios respeitavam a caverna como um lugar sagrado. Acreditavam que quem ousasse colocar os pés lá dentro, seria, imediatamente, atingido por uma gota d’água e transformado em pedra. Para eles, as estranhas formações rochosas do interior da caverna eram homens e animais petrificados. Já os escravos garantiam que os sons que ouviam da entrada da gruta eram gemidos de almas penadas castigadas pelo diabo. Os caboclos foram mais longe. Eles diziam que a caverna era a morada do próprio satã, a porta de entrada para o inferno. O medo era tanto que sequer ousavam chegar lá perto. Crianças desobedientes eram advertidas com a possibilidade de serem deixadas nas redondezas da caverna, como castigo. Os moradores da região também alimentavam a crença de que, de tempos em tempos, quando o relógio marcava exatamente meia-noite, o diabo saía de sua caverna para atacar as plantações dos caboclos e levar comida para o inferno. Expedições começaram há quase um século A Caverna do Diabo, anteriormente conhecida como Gruta da Tapagem, teve sua origem ainda no período pré-cambiano superior, há 500 milhões de anos. Está localizada na Serra André Lopes. O primeiro explorador que ali chegou foi o paleontólogo alemão Ricardo Krone, em 1904. Em 1910, a Caverna do Diabo e outras da região, como a Acataca, Chapéu e Monjolinho passaram a ser propriedades do Estado. Mas foi em 1961 que a expedição do capitão Pettena, organizada pelo Centro Excursionista Itatins, despertou o interesse público. Três anos depois, um grupo conseguiu alcançar uma região de sifões e desabamentos. Em 1965, esse mesmo grupo tentou a travessia pelo lado oposto, o de saída do rio, no Vale das Ostras. Eles chegaram até a entrada da gruta das Ostras, que dava passagem para o curso subterrâneo. Só em 1964, a travessia da gruta foi realizada num percurso subterrâneo de 3.200 metros. Em 1976, uma equipe chefiada pelo francês Christian Collet tentou desvendar novos caminhos da caverna, sem sucesso. Como chegar Pela BR-116, rodovia Régis Bittencourt, até o Km 215, entrando para Jacupiranga. Seguindo por mais 26 quilômetros de asfalto até Eldorado Paulista. A partir daí, são mais 45 quilômetros de estrada de terra. Horário de visitação Aberta das 8h às 17h. Em dias de semana, fecha das 11h às 12h. Localização: Eldorado/SP. A caverna fica na estrada para Iporanga, 44 km Horário: aberta das 8h às 17h. Em dias de semana, fecha das 11h às 12h Extensão: conta com mais de 8 mil metros de galerias Geografia: possui um grande número de formações rochosas - estalagmites, estalactites e helictites - em amplas câmaras Quando ir: o turista poderá visitar a região em qualquer época do ano. Nos meses entre dezembro e março o acesso é dificultado pelas chuvas, que danificam os acessos, especialmente para Iporanga O que levar: Repelente, lanterna (de preferência à prova d’água), sapatos antiderrapantes e confortáveis, cantil e utensílios para longas caminhadas Aonde ir: Além da Caverna do Diabo, pode-se visitar a Caverna de Santana e Casa de Pedra, em Iporanga; e Desmoronada, em Apiaí.

Desde sua descoberta, sua história é povoada pelas mais incríveis lendas. Justamente por isso, a Caverna do Diabo é um lugar que merece ser visitado pessoalmente.

Desde sua descoberta, sua história é povoada pelas mais incríveis lendas. Justamente por isso, a Caverna do Diabo é um lugar que merece ser visitado pessoalmente.

Desde sua descoberta, sua história é povoada pelas mais incríveis lendas. Justamente por isso, a Caverna do Diabo é um lugar que merece ser visitado pessoalmente.

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