O brinquedo certo pode divertir e ensinar seus filhos ao mesmo tempo

 

Mulher - 25/02/2003 - 16:20:15

 

O brinquedo certo pode divertir e ensinar seus filhos ao mesmo tempo

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Armas de brinquedo ainda são motivo de muita polêmica entre pais, educadores e psicólogos que se preocupam e muito, com a influência desses objetos, aparentemente inofensivos, na formação das crianças

Armas de brinquedo ainda são motivo de muita polêmica entre pais, educadores e psicólogos que se preocupam e muito, com a influência desses objetos, aparentemente inofensivos, na formação das crianças

A violência está nos jornais, na TV e até nas esquinas. Não dá para negar. E se, para nós, é difícil conviver com tanta agressividade, para as crianças é ainda mais complicado. No meio do fogo cerrado, surgem as dúvidas. Será que entregar uma arma de brinquedo na mão de uma criança pode ser um incentivo à violência? Será que esses brinquedos são realmente prejudiciais para a formação social deles? Proibir a venda de armas de brinquedo diminui atitudes violentas nas crianças? Essas questões, ainda contraditórias, são apenas mais uma preocupação, entre muitas outras, de pais, educadores, psicólogos e sociólogos. Para a doutora em sociologia Irene Rizzini, vice-presidente da Childwatch International Research Network, a questão do uso de brinquedos agressivos e a exposição da criança a filmes violentos é um debate muito sério. “A arma de brinquedo, por si só, não estimula um comportamento agressivo numa criança. É preciso um conjunto de fatores. Se a criança tiver elos fortes com adultos que realmente se importam com ela, os brinquedos agressivos não provocarão atitudes predominantemente violentas dela perante a vida”, afirma ela, acrescentando que o diálogo é fundamental. “Uma criança precisa também de adultos que conversem sobre a violência a que ela está exposta”, diz Irene. Pais ou adultos próximos, na opinião da socióloga, são modelos impor-tantes na formação de um ser humano. Os adultos que constantemente incentivam a criança a brincar com brinquedos de cono-tação agressiva, como revólver e espada, podem estar passando uma mensagem de que a violência é algo aprovado por eles, adultos. “A agressividade, nesse caso, pode não estar na brincadeira em si, mas na forma como a criança é incentivada pelas pessoas à sua volta”, justifica. Na opinião da professora da faculdade de pedagogia da USP Tizuko Morchida Kishimoto, não é a eliminação das armas de brinquedo que vai acabar com a violência. “A violência não está na arma em si. Quer os pais comprem ou não, ela vai continuar existindo. Se a criança quiser brincar de guerra, nem precisa da arma de plástico. Não é porque o menino brinca com arma ou aponta o dedo que ele vai virar bandido”, comenta. O engenheiro Gustavo Puppi, que sempre se preocupou em não incitar a violência dentro de casa, levou um sustou quando seu filho, de apenas três anos, apontou um graveto como se fosse uma arma. “O André disse que ia me matar e eu me assustei. Na mesma hora ele disse que era de mentirinha, mas como eu nunca havia dado nenhum brinquedo desse tipo para ele, fiquei surpreso”, conta. O jornalista Ricardo Ribeiro, pai de João, 11 anos, e Rafael, quatro, tem uma visão diferente. “Já dei caminhãozinho de guerra para os meninos e não vejo nada de errado. Eu tive quando era pequeno e nunca matei ninguém”, conta. Ricardo, inclusive, acha normal exercitar a agressividade, sentimento que todo mundo tem. “As crianças sabem diferenciar, elas sabem que são brinquedos”, justifica. Tizuko Morchida Kishimoto, em sua larga experiência como professora e coordenadora do Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos da USP, acha que a brincadeira é sempre uma simulação, uma representação do mundo real, e que a criança sabe distinguir a realidade da fantasia. Para ela, os pequenos aprendem a desafiar e a se confrontar quando brincam. E esse confronto na brincadeira é vital para seu desenvolvimento, já que é uma forma de ajustar o emocional. “As crianças que brincam adquirem uma resistência contra a própria violência do ambiente, na medida em que ficam mais equilibradas. Algumas brinca-deiras, que parecem violentas para o adulto, são atraentes para as crianças, principalmente as do sexo masculino, porque são um desafio e exigem maior movimentação”, explica. Mas o que fazer para conter os espoletinhas, cheios de energia, que vivem inquietos dentro de casa? Para a psicóloga Mara Cardeal, membro do conselho consultivo da Fundação ABRINQ pelos direitos da criança e do adolescente, o esporte é uma ótima opção e funciona justamente como um canalizador para essa necessidade de atividade física e motora. “Os jogos em equipe são fundamentais ensinam as regras sociais, o limite e a liberdade”, sugere. Segundo Mara, essa necessidade de atividade se transforma em agressi-vidade quando ela não é canalizada adequadamente. “Eu acho que o fato dos pais comprarem e incentivarem essas brincadeiras banaliza a arma, transformando-a em algo permitido. As crianças também correm o risco de ver a arma fazendo parte da cultura da vida e não como algo destrutível”, diz. Melhor do que comprar um brinquedo violento ou não, é sentar no chão ao lado de seu filho e brincar como criança. Além de ser divertido, é o melhor incentivo para o equilíbrio emocional que uma criança pode ter.

Armas de brinquedo ainda são motivo de muita polêmica entre pais, educadores e psicólogos que se preocupam e muito, com a influência desses objetos, aparentemente inofensivos, na formação das crianças

Armas de brinquedo ainda são motivo de muita polêmica entre pais, educadores e psicólogos que se preocupam e muito, com a influência desses objetos, aparentemente inofensivos, na formação das crianças

Armas de brinquedo ainda são motivo de muita polêmica entre pais, educadores e psicólogos que se preocupam e muito, com a influência desses objetos, aparentemente inofensivos, na formação das crianças

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