Instituto de Fernando Henrique Cardoso é aberto

 

Politica - 01/06/2004 - 21:06:31

 

Instituto de Fernando Henrique Cardoso é aberto

Para discutir o Brasil

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Antes de mergulhar na política partidária, elegendo-se senador, e de chegar à Presidência da República, com dois mandatos sucessivos, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso foi professor da Universidade de São Paulo e já era citado internacionalmente como um dos grandes nomes das Ciências Sociais brasileiras. Do seu currículo constava que, cassado pelos militares de suas atividades profissionais, foi acolhido pela Cepal, no Chile, e depois pela Sorbonne, em Paris. As duas intensas experiências, a científica e a política, estão documentalmente preservadas, a partir de agora, em uma entidade que o ex-presidente inaugurou no último dia 22, o Instituto Fernando Henrique Cardoso, sediado em um edifício de três andares no centro da capital paulista. Concebido à semelhança de órgãos congêneres de outros países, espelhou-se particularmente na fundação norte-americana Clinton Presidencial Center e na portuguesa Fundação Mário Soares. Coube a Clinton fazer a palestra de inauguração do IFHC. Aquele ex-presidente tem demonstrado que, depois de governar a maior potência do mundo, não se é obrigado a ficar em casa, vivendo as glórias do passado. Ele está permanentemente a visitar países (inclusive China e Cuba), tentando melhorar a imagem dos EUA, hoje tão prejudicada pela série de erros no plano internacional. O ex-primeiro ministro de Portugal foi outro que não caiu no ostracismo depois de anos no poder, quando laços de amizade foram firmados entre os dois homens públicos de países que falam o português. Sendo uma instituição considerada apartidária pelo seu fundador, a cerimônia de inauguração contou ainda com a presença destacada de algumas outras personalidades do cenário internacional, como os ex-primeiros ministros António Guterres e Lionel Jospin, respectivamente de Portugal e da França, além de vários outros nomes muito conhecidos, formando uma platéia de intelectuais e políticos, estes de natureza pluripartidária. Na entrevistas coletiva que concedeu no dia da inauguração de seu Instituto, o ex-presidente brasileiro fez questão de dizer que pretende restringir a atividade do órgão a seminários, debates e realização de estudos sobre as relações do Brasil num mundo globalizado. Mesmo no plano interno, a entidade abrigará, sem restrições, os temas sociais, econômicos e até políticos, mas dentro de uma metodologia metapartidária. No entanto, FHC ressaltou também que, como homem público, não se afastara da competição política, inclusive partidária, continuando a ser um ator participante do jogo do poder, no Brasil. Todos sabem que seus estudos ou pesquisas socioeconômicas foram interrompidos, não tanto com a perda da cátedra de sociologia em São Paulo, mas sobretudo depois de ocupar a Presidência da República. Ficou até famosa uma de suas frases - “Esqueçam o que escrevi” - quando pretendeu demonstrar aos jornalistas a diferença entre as formulações teóricas e a prática de comandar os destinos de um país continental como o Brasil. Agora, comanda um instituto direcionado para continuar suas análises anteriores e opinar livremente sobre a realidade brasileira e mundial. O Instituto Fernando Henrique Cardoso dispõe de um acervo de documentos e objetos que compõem dois períodos da vida do seu patrono, o primeiro de 1931 a 1994 e o segundo de 1995 até 2003. Acaba de ser inaugurado e não se pode fazer sobre seu papel na cultura brasileira nenhum prognóstico. Mas fazemos votos para que possa esclarecer, em sua trajetória, muitos aspectos importantes da vida nacional e até mesmo internacional.

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