Curitiba: Terra do turismo “prático” serve ao lazer

 

Turismo - 30/05/2004 - 10:10:58

 

Curitiba: Terra do turismo “prático” serve ao lazer

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Pode não parecer, mas Curitiba é uma terra de negócios e de visitas turísticas práticas.

Pode não parecer, mas Curitiba é uma terra de negócios e de visitas turísticas práticas.

Dos turistas que chegam à cidade, 48,4% viajam a trabalho ou em busca de eventos. Apenas 16,6%, de acordo com os dados oficiais de 2003, aportam a princípio visando ao lazer. Os restantes procuram, na ordem, amigos, parentes e tratamentos de saúde. Poderia ser outra a distribuição das porcentagens de motivos. A capital do Paraná, com uma população de 1,5 milhão de moradores e de 1,6 milhão de visitantes no ano passado, também interessa àqueles que não querem saber de simpósios, congressos, do aconchego familiar ou de hospitais. A sugestão para compreender o lugar encontra síntese no museu Oscar Niemeyer, inaugurado dois anos atrás com o nome de NovoMuseu e apelidado pelos habitantes de “olho” em virtude de sua forma ocular: Curitiba é para ser vista, contemplada. Uma das capitais brasileiras com a melhor qualidade de vida, a cidade contornou a escassez de belezas naturais e modelou, sobretudo nos anos 1990, seus cartões-postais. Retinas fatigadas ali encontram, em bosques e parques, muito verde para mirar. Outro mimo ao olhar, já tornado lugar-comum, é a limpeza das ruas curitibanas. É raro, quase impossível, ver um papelzinho de bala ou uma bituca de cigarro abandonados nas vias públicas percorridas, uma provável mescla de consciência da população com um sistema eficiente de coleta de lixo. Quem sai de São Paulo, por exemplo, se espanta na chegada ao destino e no retorno ao ponto de partida. Não que Curitiba esteja livre dos problemas compartilhados pelas grandes cidades brasileiras. Congestionamentos, apesar do propalado sistema de transporte coletivo moderno, são sentidos aqui e ali. Há pichações nos prédios, moradores de rua e algumas construções antigas degradadas. Passear pela histórica região central, todavia, pode ser uma experiência proveitosa. Nas cercanias do centro, aglutina-se boa parte dos programas culturais e da vida noturna —esta, no bairro do Batel. Em 2003, Curitiba foi eleita uma das capitais americanas da cultura pela Unesco. A programação artística é um dos chamarizes turísticos locais, potencializada por eventos especia-lizados de grande porte. Certas épocas do ano são mais propícias para gostos distintos. Aos que preferem os espetáculos teatrais é recomendado o mês de março, quando ocorre, desde 1992, o Festival de Teatro, o maior do Brasil. Os 11 dias de folia dionisíaca, em que foram encenadas neste ano 156 peças, equivalem ao Carnaval que a cidade não tem. No calendário cultural, estão também o Festival de Cinema, Vídeo e DCine, cuja edição deste ano começou na última sexta (dia 21) e terminou quarta (dia 26), e o Curitiba Pop Festival, estabelecido em maio e que, em sua segunda edição, trouxe a banda norte-americana Pixies ao Brasil duas semanas atrás. Irmã das outras artes, a gastronomia se consubstancia no bairro italiano de Santa Felicidade, que deve receber nos próximos meses um programa de incremento ao turismo. O primeiro hotel da região, a 7 km do centro, tem inauguração prevista para agosto. Mas, apesar das opções aos interessados tão-somente em diversão “ociosa”, o pendor para os negócios parece não diminuir. Curitiba: Capital “ecológica” chega aos 30 parques Curitiba chegou às três dezenas de parques, atrativos turísticos seus dos mais repisados. Foi inaugurado no dia 29 de março deste ano, data em que a cidade comemorou os 311 anos de sua fundação, o parque Atuba, no bairro homônimo que se localiza na divisa com o município de Colombo, na região metropolitana. Com 173 mil metros quadrados de área, o lugar está dotado de ciclovia, quadras, lago, equipamentos de ginástica, churrasqueiras, cascata e mata nativa. Nele, está sendo implantado o projeto temático Vila da Madeira, que consiste na restauração e no transplante para o local de antigas casas construídas com o material. Já foi deslocada uma edificação de 1947. Mais imóveis devem ser movidos nos próximos meses. A criação do Atuba serve para encorpar a imagem pública que a capital paranaense tenta fazer de si: verde, ecológica, com boa qualidade de vida. Os poetas árcades, se fossem nossos contemporâneos, não precisariam apelar para a fuga da urbe em busca da natureza bucólica: ela seria encontrada dentro dos limites urbanos. Baliza o surgimento dessa “vocação” para nutrir lugares amenos o Passeio Público, de 1886, primeiro da cidade, na região central. Nele, há lagos com pedalinhos, um restaurante e viveiros de aves e macacos. O seu curioso portal foi inspirado no Cemitério de Cães parisiense. Para percorrer os demais parques, mais espalhados e algo afastados do centro, é recomendável alugar um carro ou embarcar na linha turística da prefeitura. Natureza “fabricada” Foi a partir dos anos 1990 que Curitiba começou a traçar com mais vigor a sua face “ecológica”, realizando o reflorestamento de pedreiras desativadas ou de fundos de vale inaproveitáveis para expansões urbanísticas. De 1991 é o famoso Jardim Botânico, com a sua estufa metálica que se tornou um dos símbolos da cidade. Um ano depois, após 75 dias de construção, inaugurou-se no parque das Pedreiras, que contém o Espaço Cultural Paulo Leminski, a Ópera de Arame, edifício formado por estruturas tubulares e dotado de um teto transparente. É destinado a espetáculos. Tradicionalmente, é palco da abertura do Festival de Teatro de Curitiba. Entre 1994 e 1996, estabeleceu-se o Tanguá, numa área que seria destinada ao lixo da construção civil. A visão que se tem do mirante vale a visita. Criada em 1991 e inaugurada pelo oceanógrafo francês Jacques Cousteau (1910-97) em 92, a Unilivre (Universidade Livre do Meio Ambiente) é um centro de estudos aberto à população que, sediado num prédio rústico e integrado à paisagem, se situa no bosque Zaninelli.  Do topo do edifício, há a vista de um lago com o formato do Estado do Paraná. Um dos “pretextos” para a criação de pontos turísticos são as homenagens aos povos imigrantes que povoaram Curitiba ao longo da história. Há várias lembranças: o memorial Ucraniano, o memorial Árabe, o bosque Portugal, a praça do Japão, o bosque do Papa, o bosque Alemão. Os alemães começaram a se estabelecer em Curitiba em 1833. No bosque que os enaltece, surgido em 1996, posta-se o Oratório Bach, réplica de uma igreja que abriga audições musicais. Há também a famosa trilha de João e Maria, inspirada no conto dos irmãos Grimm. Em pontos esparsos do caminho, existem painéis que narram as atribulações vividas pelos personagens. O passeio costuma deleitar as crianças. Da torre dos Filósofos, que evoca, entre outros, Nietzsche e Kant, mira-se o horizonte. Um bom jeito de observar o verde que recobre Curitiba é apreciar a vista de 360 graus oferecida pelo mirante envidraçado da Torre Panorâmica BrasilTelecom, inaugurada em 1991. Com 109,5 metros de altura, ela guarda um relevo de Poty Lazzarotto e apresenta no térreo uma exposição temática sobre a telefonia. A entrada custa R$ 3. Mais informações podem ser obtidas pelo tel. 0/xx/41/339-7613. Curitiba: Histórias povoam região central À primeira menção, o nome largo da Ordem pode lembrar a organização das ruas de Curitiba ou até mesmo o conservadorismo atribuído ao curitibano. Mas a sua evocação é outra: a igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, de 1737. O logradouro, denominado oficialmente largo Coronel Enéas, é um dos mais interessantes do Setor Histórico. No largo, situam-se locais que devem ser apreciados, tais quais a casa Vermelha, de 1891, a casa Romário Martins, do final do século 18, e a própria igreja, em frente à qual se posta o bebedouro que saciava os cavalos e as mulas antigamente. Aos domingos, o endereço retoma a disposição comercial que ostentava no passado: tem lugar a feira de Arte e Artesanato. Bem próximo, na rua Claudino dos Santos, vizinha de calçadão, encontra-se o memorial de Curitiba, edifício de 1996 cuja arquitetura se inspirou no formato do pinheiro-do-paraná. Destina-se a atividades culturais (teatro, exposições, seminários). Interessa também a casa Hoffmann, além do solar do Rosário, que aloja uma galeria, um restaurante e uma livraria. Do largo da Ordem, parte-se para as ruínas de São Francisco, distantes dois quarteirões. No caminho, observe o prédio neoclássico da Sociedade Giuseppe Garibaldi, o relógio das Flores, de 1972, e a fonte da Memória, apelidada pela população de “Cavalo Babão”. Trata-se de uma estátua eqüestre de 1995. Regurgita água. As ruínas, de 1809, são de uma igreja que nunca foi concluída. Reza a lenda que são assombradas pelo pirata Zulmiro, que ali escondeu um tesouro. Vale a pena se perder pelas ruas dos arredores —elas mostram que Curitiba ainda conserva traços de uma cidade interiorana. No outro lado do largo, há a praça Tiradentes, considerada o marco zero da capital. De lá, de terça-feira a domingo, das 9h às 17h30, parte a cada 30 minutos a jardineira da linha Turismo, que percorre 25 pontos turísticos. O bilhete custa R$ 15. O itinerário pode ser conferido na internet, no site www.viaje.curitiba.pr.gov.br. A prefeitura ainda mantém um disque-turismo no tel. 0/xx/41/352-8000. A poucas quadras da praça, estão os passeios de sempre: a rua 15 de Novembro, que rende um footing aprazível, a rua das Flores (trecho comercial da rua 15 criado em 1972 e primeiro calçadão do Brasil) e a rua 24 Horas, que tem, desde 1991, serviços que funcionam durante o dia e a noite.

Pode não parecer, mas Curitiba é uma terra de negócios e de visitas turísticas práticas.

Pode não parecer, mas Curitiba é uma terra de negócios e de visitas turísticas práticas.

Pode não parecer, mas Curitiba é uma terra de negócios e de visitas turísticas práticas.

Pode não parecer, mas Curitiba é uma terra de negócios e de visitas turísticas práticas.

Links

...Continue Lendo...

...Continue Lendo...

Vídeo