O nervosismo tomou conta dos negócios no mercado financeiro doméstico nesta quinta-feira. O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 3,2120 na compra e R$ 3,2140 na venda, com alta de 2,51%. É o maior patamar desde o dia 10 de abril do ano passado. Na máxima da manhã, a moeda norte-americana chegou a ser negociada a R$ 3,23 na ponta vendedora. O Ibovespa recuou 2,40%, somando 18.240 pontos.
Veja as cotações do dólar comercial, paralelo, turismo e Ptax. O cenário externo ainda desfavorável em conjunto com a manutenção do juro básico brasileiro em 16% ao ano, na véspera, foram os principais fatores apontados por operadores para o dia de intenso nervosismo.
Embora esperada por muitos, a decisão do Comitê de Política Monetária frustrou parte do mercado. Além disso, alguns analistas mostraram preocupação com a justificativa apresentada pela autoridade monetária para a manutenção.
"Estamos diante de uma turbulência transitória e acho que o BC não devia passar recibo de que essa crise é mais séria", comentou o sócio da Tendências Consultoria Integrada Gustavo Loyola na noite da véspera, logo após o anúncio da nova taxa.
O cenário político também foi citado como motivo de preocupação pelo mercado, que viu na rejeição da proposta de reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado pelos deputados mais uma entrave ao governo.
O DIA NOS MERCADOS
Dólar - O dólar fechou no maior patamar em 13 meses. Além do cenário externo ainda desfavorável, a decisão do Copom de manter os juros ajudou a aumentar o nervosismo nas mesas de operação.
Bovespa - A Bolsa de Valores de São Paulo caiu mais de 2%, decepcionada com a manutenção do juro básico em 16% ao ano. A preocupação com o cenário externo -- usada pelo Banco Central como justificativa para a decisão -- também afetou o humor dos investidores.
Títulos da dívida - A taxa de risco-Brasil, medida pelo JP Morgan, disparou 5,62%, aos 751 pontos nesta quinta-feira. No mercado de títulos da dívida, o C-Bond recuou 1,69%, negociado a US$ 0,8687.
Juros - O mercado futuro de juros foi sacudido por violenta alta de todos os contratos de depósitos interfinanceiros (DI) nesta quinta-feira. A manutenção da Selic levou os bancos à correção das projeções na BM&F.
Petróleo - O barril tipo WTI com entrega para junho - contrato que expira hoje - encerrou em baixa de 1,40% para os US$ 40,92 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (NYMEX, na sigla em inglês). Já o barril Brent com entrega para julho caiu 1,69% cotado a US$ 37,26 na Bolsa Internacional do Petróleo de Londres (IPE, na sigla em inglês).
Wall Street - As bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam praticamente estáveis nesta quinta-feira. Os investidores ficaram confusos com uma série de resultados financeiros e dados econômicos mistos.
Europa - As principais bolsas de valores da Europa fecharam em baixa nesta quinta-feira, pressionadas pela alta dos preços do petróleo. A sessão teve fraco volume de negócios e poucas notícias de empresas, devido a feriados em alguns países da região.
Ásia - Os mercados de valores asiáticos caíram nesta quinta-feira, devido a embolsos de lucros e preocupações sobre os elevados custos do petróleo. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,96%, para 10.862 pontos, com uma realização de lucros entre montadoras e papéis de tecnologia após a forte alta do dia anterior.
|