Na madrugada de segunda-feira, um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter abalou o norte do Afeganistão, próximo à cidade de Mazar-e-Sharif, bem como regiões das províncias de Balkh e Samangan. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o tremor teve uma profundidade de 28 quilômetros, o que indica um abalo de intensidade moderada a profunda, porém capaz de causar grandes impactos em áreas povoadas.
Até o momento, as autoridades afegãs informam a ocorrência de pelo menos 20 mortes e mais de 530 feridos, com a expectativa de que esses números aumentem à medida que as equipes de resgate alcançam áreas de difícil acesso, incluindo vilarejos isolados. Vítimas com ferimentos graves estão sendo tratadas nos hospitais da região, que encontram-se em alerta máximo para atendimento de emergência. Vídeos divulgados demonstram equipes de resgate retirando pessoas presas sob os escombros, além da destruição de imóveis, principalmente no distrito de Khulm, que teve registros mais severos.
 
O tremor foi sentido em várias províncias vizinhas, incluindo a capital Cabul e regiões do nordeste do país, indicando o alcance do impacto e a preocupação com a segurança das populações nas áreas adjacentes. Essa nova tragédia ocorre em um contexto delicado para o Afeganistão, que enfrenta uma grave crise humanitária agravada por desastres naturais frequentes, sanções econômicas internacionais e um sistema de saúde público debilitado.
Do ponto de vista da análise do evento, a localização do Afeganistão em uma zona tectonicamente ativa, na cordilheira de Hindu Kush, é um fator determinante para a recorrência dos terremotos. A convergência das placas tectônicas indiana e euroasiática é responsável por esses movimentos, o que eleva o potencial destrutivo em regiões com infraestrutura precária e limitada capacidade de reação rápida.
 
Além disso, a situação socioeconômica do país dificulta a resposta e o manejo dos desastres naturais. O congelamento de ativos financeiros internacionais e a restrição de ajuda por motivos políticos e de sanções têm restringido os recursos disponíveis para as operações de socorro e reconstrução. A população local, especialmente em áreas rurais, está mais vulnerável devido à escassez de serviços básicos e à precariedade das construções.
 
Este tremor reforça a necessidade urgente de uma resposta coordenada e de longo prazo para mitigar os efeitos dos desastres naturais no Afeganistão. O fortalecimento das políticas de prevenção, melhoria das infraestruturas e ampliação do acesso à ajuda humanitária são medidas essenciais para reduzir o impacto de futuros eventos sísmicos.
(*) Com informações das fontes: Agência Brasil, Vatican News, Brasil de Fato, Opera Mundi, CNN Brasil, portal Mie, G1.