Na madrugada de 1º para 2 de setembro de 2025, o Afeganistão foi atingido por um devastador terremoto de magnitude 6,0 cujo epicentro ocorreu a apenas 8 a 10 quilômetros de profundidade, uma característica que naturalmente intensifica os danos na superfície. As províncias de Kunar e Nangarhar, localizadas no leste do país e muito próximas à fronteira com o Paquistão, foram as mais afetadas pelo fenômeno. A área é conhecida por sua geografia montanhosa, o que dificulta o acesso das equipes de resgate e complica a assistência imediata às vítimas. Além disso, as construções precárias, muitas feitas de argila e materiais frágeis, deram lugar a um cenário de destruição generalizada, resultando em milhares de casas destruídas e comunidades inteiras dizimadas.
A atividade sísmica na região se explica pela colisão e pressão contínua entre duas grandes placas tectônicas: a placa indiana, que se move em direção ao norte, e a placa eurasiana. Essa convergência na cordilheira Hindu Kush é a maior responsável pela intensidade dos tremores frequentes e pela elevada vulnerabilidade geológica do Afeganistão. Associado a este contexto físico, chuvas e enchentes recentes agravaram as condições locais, fragilizando ainda mais as estruturas e aumentando o potencial para deslizamentos e colapsos durante o tremor. O resultado foi um saldo trágico de mais de 1.400 mortos, 3.124 feridos e um número ainda incerto de desaparecidos, com receios de que a contagem possa crescer devido ao difícil acesso para buscas em vilarejos isolados e montanhosos.
Um agravante que dificulta a resposta humanitária é o cenário político e econômico atual do país, marcado pelo retorno do regime Talibã, que tem dificultado a chegada de ajuda internacional, resultando em recursos escassos para o socorro imediato. As buscas por sobreviventes, muitas vezes feitas exclusivamente por helicópteros devido à inacessibilidade das regiões afetadas, refletem o desafio logístico enfrentado pelas equipes de resgate. Organizações internacionais já estão atuando em auxílio emergencial, mas o quadro ainda demanda esforços significativos para minimizar os impactos nas comunidades locais.
O terremoto de 2025 se destaca por ser um dos mais destrutivos na história recente do Afeganistão, ambiente que já tinha registrado um episódio similar em 2022, quando um tremor com magnitude equivalente provocou mais de mil mortes. A repetição dessa tragédia evidencia a necessidade urgente de políticas estruturais de prevenção e construção segura, essenciais para amenizar os efeitos naturais que históricamente abalam a região.
Dados das Vítimas do Terremoto no Afeganistão (2/09/2025)
Categoria |
Número |
Mortos |
1.411 |
Feridos |
3.124 |
Desaparecidos |
Indefinido, em busca ativa pelas equipes |
Impacto nas Moradias e Estruturas
Categoria |
Número |
Casas destruídas |
Mais de 5.400 |
Áreas montanhosas afetadas |
Kunar, Nangarhar, Laghman |
* Com informações das fontes: agências internacionais, governos locais, ONU, USGS e veículos de imprensa renomados
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