"> Trump e Putin se Reúnem no Alasca em meio a tensões globais

 

Internacional - 15/08/2025 - 08:16:19

 

Trump e Putin se Reúnem no Alasca em meio a tensões globais

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / SPUTNIK

 

Trump e Putin em encontro

Trump e Putin em encontro

ANCHORAGE, ALASCA, 15 de agosto de 2025. O mundo assiste com apreensão à cúpula entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, que acontece hoje em Anchorage, no Alasca. A reunião, batizada por alguns analistas de "o Encontro do Fim do Mundo", marca um momento decisivo na política internacional, com os líderes das duas maiores potências nucleares buscando uma resolução para a guerra na Ucrânia. O local, a Base Conjunta Elmendorf-Richardson, no Alasca, é simbolicamente poderoso: a apenas 80 quilômetros de distância do território russo. A escolha do cenário, um ponto estratégico de defesa aérea dos EUA na Guerra Fria, não é coincidência, mas uma demonstração de força e de pragmatismo por parte de Washington.

A iniciativa de convocar a reunião partiu de Trump, que, desde a sua reeleição, tem defendido publicamente a necessidade de negociar diretamente com Putin para encerrar o conflito que já dura anos. A cúpula, no entanto, é vista com ceticismo por aliados da OTAN e pela própria Ucrânia, que temem que um acordo seja costurado às custas de concessões territoriais e do esvaziamento das ambições de Kiev de se juntar à aliança militar ocidental.

O encontro de hoje é o ápice de meses de negociações de bastidores. Em março de 2025, os EUA suspenderam temporariamente a assistência militar e o compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, acusando o governo de Volodymyr Zelensky de falta de comprometimento com as conversas de paz. Essa medida, seguida de uma série de encontros bilaterais, abriu o caminho para a cúpula no Alasca.

A pauta oficial inclui discussões sobre o conflito na Ucrânia, segurança nuclear e as relações comerciais e econômicas entre os dois países. No entanto, a expectativa é que o foco seja total na guerra, com Trump buscando um acordo para cumprir sua promessa de campanha de "resolver" o conflito em 24 horas. O presidente americano, no entanto, já moderou o seu discurso, descrevendo a reunião como "um primeiro encontro para sentir o terreno". Já o Kremlin, por meio de seu porta-voz Dmitry Peskov, foi cauteloso, alertando que seria um erro prever o resultado da cúpula.

A ausência de um acordo imediato não é uma surpresa. As demandas de ambos os lados para um cessar-fogo estão a anos-luz de distância. Enquanto a Rússia busca consolidar seus ganhos territoriais e garantir a neutralidade da Ucrânia, o governo de Kiev insiste na retirada total das tropas russas e na restauração da sua soberania territorial, e se recusa a ceder qualquer centímetro de território.

A Nova Ordem na Geopolítica Global

A semana de 15 de agosto de 2025 ficará marcada na história como um período de profunda incerteza e redefinição das alianças globais. A cúpula Trump-Putin é o reflexo de uma tendência crescente de pragmatismo e bilateralismo na política externa americana. O "America First", slogan da campanha de Trump, se traduz na prática em uma abordagem que prioriza os interesses nacionais diretos e não hesita em negociar com adversários para alcançar seus objetivos.

O fator mais influente para o cenário atual foi a reeleição de Donald Trump e a subsequente mudança na política externa dos EUA. Sua insistência em negociar diretamente com a Rússia, em detrimento de uma abordagem multilateral com os aliados europeus, criou uma fenda na coesão da OTAN. A perspectiva é que, mesmo que a cúpula no Alasca não produza um acordo concreto, ela já alterou o tabuleiro geopolítico.

A Europa, por sua vez, foi forçada a acelerar seus planos de rearmamento e de fortalecimento da sua própria defesa, como resposta à percepção de um menor comprometimento dos EUA com a segurança do continente. Essa autonomia estratégica, antes apenas um ideal, agora se torna uma necessidade urgente. A cúpula também reacendeu o debate sobre o futuro da OTAN e o papel dos EUA na aliança.

A Casa Branca informou que a cúpula será realizada às 11h, no horário do Alasca – 16h de Brasília.

Quadro comparativo da cúpula e das posições

Tópico Posição dos EUA (sob Trump) Posição da Rússia Posição da Ucrânia
Objetivo Negociar um acordo de paz para encerrar o conflito na Ucrânia. Garantir a neutralidade da Ucrânia e consolidar ganhos territoriais. Retirada total das tropas russas e restauração da integridade territorial.
Paz imediata Possível, mas não garantido. "Um primeiro encontro para sentir o terreno." Cauteloso, mas aberto a um acordo. Não há planos para a assinatura de documentos. Inacreditável. Considera a posição russa "manipuladora" e busca a vitória total.
Territórios Disposto a discutir a "troca de territórios" para um acordo de paz. Deseja manter o controle sobre os territórios ocupados. Nenhuma concessão territorial. Ocupação é ilegal e deve ser revertida.
Relações bilaterais Oportunidade para retomar o diálogo e a cooperação. Enfatiza o "enorme potencial inexplorado" nas relações comerciais e econômicas. Temores de um acordo feito às suas custas, sem sua participação ativa.
Status da Ucrânia Sem apoio a uma adesão imediata à OTAN. Considera a neutralidade como uma possibilidade. Veta veementemente a adesão da Ucrânia à OTAN. A adesão à OTAN é um objetivo estratégico e uma garantia de segurança futura.

Tabela de Informações da Reunião

Detalhe Informação
Local Base Conjunta Elmendorf-Richardson, Anchorage, Alasca.
Data 15 de agosto de 2025.
Participantes Presidente dos EUA, Donald Trump, e Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Principal Pauta Guerra na Ucrânia e segurança nuclear.

* Com informações das fontes: Associated Press, The Guardian, CBS News, The Hindu, Center for Strategic and International Studies (CSIS), Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa.

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