Interrompido no Parlamento australiano e vaiado por manifestantes do lado de fora, o presidente norte-americano, George W. Bush, defendeu na quinta-feira a invasão do Iraque e a guerra ao terror, dizendo que Austrália e os Estados Unidos precisavam liderar através de exemplos.
Bush, finalizando uma visita a seis países da Ásia, defendeu que as duas nações, aliadas em duas guerras mundiais e no Vietnã, tinham uma "responsabilidade especial no Pacífico" para ajudar na manutenção da paz.
"E na guerra ao terror, novamente, estamos lado a lado", afirmou Bush, ao relembrar os atentados de outubro de 2002 em Bali, onde morreram 202 pessoas, muitas das quais australianos.
"América, Austrália e outros países agiram no Iraque para remover um perigo crescente e grave, em vez esperar enquanto a tragédia se aproximava", disse Bush a uma sessão conjunta do Parlamento em Canberra.
"A segurança na região da Ásia-Pacífico sempre dependerá da vontade dos países de assumir a responsabilidade por sua vizinhança, como a Austrália está fazendo."
Mas ao classificar a Austrália como um "xerife" regional, o presidente irritou um político do Partido Verde, que interrompeu o discurso.
"Não somos um xerife", gritou o líder dos Verdes, Bob Brown, que ignorou uma ordem para deixar a casa.
A interferência não desanimou Bush, que faz sua primeira viagem à Austrália. "Amo a liberdade de expressão", respondeu Bush, que foi aplaudido pelos legisladores.
Ele agradeceu ao primeiro-ministro conservador da Austrália, John Howard, pela ajuda na guerra liderada pelos EUA ao terror e no Iraque.
A visita de 20 horas provocou uma operação de segurança de grande proporção na tradicionalmente tranquila capital australiana.
PRISÕES
Cinco manifestantes foram presos durante um protestos perto do Parlamento que reuniu mais de 2.000 pessoas gritando palavras de ordem contra os Estados Unidos e carregando cartazes com a frase "Yankee Go Home".
Mas o protesto foi pacífico em geral, segundo a polícia.
"Foi um protesto bem comportado com apenas algumas brigas", disse o porta-voz da Polícia Federal Australiana, Sandy Logan.
A Austrália foi um dos primeiros países a enviar tropas ao Iraque, mobilizando 2.000 militares, e vem sendo parceira dos EUA na guerra ao terrorismo. O país também enviou tropas ao Afeganistão após os ataques de 11 de setembro de 2001 contra cidades dos EUA.
Antes de deixar a Austrália, Bush visitou o Memorial de Guerra Australiano, onde depositou flores em memória de um soldado de elite do país morto no Afeganistão.
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