A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados recebeu na tarde de ontem, em audiência pública o representante regional da Organização das Nações Unidas contra Drogas e Crimes no Brasil e Cone Sul, Giovanni Quagla.
Quagla informou que as drogas mais consumidas no Brasil continuam sendo maconha, cocaína e craque, enquanto em grandes países o consumo das anfetaminas e do ecstase cresceu nos últimos 3 a 4 anos em torno 70%.
No seu entender é preciso haver equilíbrio entre as políticas de prevenção e repressão ao uso de drogas em cada país. Disse que o papel do organismo da ONU é apoiar os países sem interferir em suas políticas de combate às drogas, para não ferir a soberania.
A presidente da Comissão, deputada Zulaiê Cobra, disse que a necessidade de reforma do código penal e a desconfiança com que outros países vêem a Justiça brasileira são os maiores empecilhos no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro.
A deputada Zulaiê Cobra reclamou das dificuldades de entendimento com outros países, quando o Brasil quer levar avante uma investigação. Citou o caso Banestado, em que os Estados Unidos não prestaram a colaboração esperada, e a França, que não forneceu informações sobre contas de ex-governantes brasileiros.
Zulaiê criticou essa falta de sintonia entre os países sobre o entendimento do que pode ser prova, o que tem prejudicado o andamento de muitos inquéritos.
A deputada defendeu uma nova lei de execução penal, mais moderna, e uma nova legislação para punir crimes como o roubo de carga e a lavagem de dinheiro.
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