Os Estados Unidos estão entrando em choque com os políticos iraquianos que escolheram devido a desavenças sobre a rapidez com que o poder deve ser passado a eles, disse o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell.
Mas o governo norte-americano não acha que os políticos do Conselho de Governo do Iraque estejam prontos para governar e, nesse caso, teria problemas para convencer o Congresso dos EUA a dar 20 bilhões de dólares em ajuda aos iraquianos, afirmou o secretário.
"Eles gostariam que as coisas andassem mais rápido", observou na segunda-feira o secretário no programa de entrevistas Charlie Rose Show.
"Mas eles não possuem bens, não possuem rendimentos suficientes e não possuem instituições de governo ainda. Pensar que isso pode ser feito em questão de semanas ou de meses é algo muito pouco realista", acrescentou.
Autoridades do Departamento de Estado haviam dito antes que os 25 iraquianos do conselho, escolhidos pelos EUA, não tinham pressa em retomar o poder, o que iria de encontro ao argumento da França de que uma transferência rápida era algo fundamental.
A questão sobre o quão rápido os iraquianos devem retomar o controle sobre seu Estado está no centro do debate internacional a respeito do país árabe, invadido em março pelos EUA sem um mandato prévio da Organização das Nações Unidas (ONU).
A França, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, pressiona pelo rápido restabelecimento da soberania iraquiana. A maior parte dos países árabes adotou uma postura semelhante.
Powell disse que levaria ao menos um ano para que se completasse o processo político previsto pelos EUA -- a elaboração de uma nova Constituição, a aprovação dela em um plebiscito, a realização de eleições e a posse de um governo eleito.
Mas, mesmo depois disso, as forças norte-americanas podem continuar no Iraque se o novo governo concordar, afirmou Powell.
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