O presidente palestino, Yasser Arafat, disse ao maior jornal de Israel na quinta-feira que os israelenses deveriam se envergonhar de querer sua morte.
A entrevista ao Yedioth Ahronoth foi publicada seis dias depois de uma pesquisa de opinião no jornal mostrar que 37 por cento dos israelenses eram favoráveis ao assassinato de Arafat e que 23 por cento desejavam seu exílio após a decisão do governo de "remover" o líder.
Comentando a sondagem, Arafat disse: "Vocês não se envergonham? Afinal eu era parceiro do meu amigo Yitzhak Rabin...Vocês se esqueceram?"
Em 1993, Arafat, líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), e Rabin, então primeiro-ministro israelense, concordaram com um acordo interino de terra-por-paz negociado em Oslo.
Há três anos, porém, uma revolta palestina por um Estado foi iniciada depois que negociações ruíram.
"Quem na liderança palestina teve coragem de assinar o acordo de Oslo se não eu? Dez anos se passaram e eu ainda estou comprometido com os acordos", afirmou Arafat ao jornal.
Na semana passada, o gabinete de segurança israelense declarou que iria "remover" Arafat, sem especificar como ou quando, e o acusou de ser um obstáculo à paz. Ele nega esta alegação.
"Não vou a lugar nenhum. Esta é minha terra natal. Cresci aqui", contou, referindo-se a seu passado, que tem sido objeto de grande especulação entre especialistas em Oriente Médio.
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