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Diante de uma ameaça de veto dos Estados Unidos, o Conselho de Segurança das Nações Unidas marcou para esta terça-feira uma votação sobre a resolução, apoiada pelos países árabes, que exige de Israel que não fira ou deporte o presidente palestino Yasser Arafat.
A decisão tomada pelo Conselho na noite de segunda-feira, de levar à votação a resolução esboçada por Nasser al-Kidwa, encarregado da ONU para assuntos palestinos, fechou um dia de árduos debates, no qual mais de 40 governantes condenaram a decisão do gabinete de segurança de Israel de se livrar de Arafat por meios não especificados. Mas Washington, o aliado mais próximo de Israel, não está "preparado para apoiar a resolução em seu atual formato", pois esta não condena explicitamente o "terrorismo" de grupos militantes palestinos e é "muito inclinada" contra Israel, disse o embaixador norte-americano John Negroponte.
Existe "um plano de paz já perfeitamente bom na mesa", segundo Negroponte, e altas autoridades dos Estados Unidos, Rússia, União Européia e a ONU se encontrarão no fim deste mês em Nova York para explorar os próximos passos no Oriente Médio.
A resolução esboçada "exige que Israel, o poder da ocupação, desista de qualquer ato de deportação e cesse qualquer ameaça à segurança do presidente eleito da Autoridade Palestina".
A Síria, a principal responsável pela medida no Conselho de interesse dos países árabes e não-alinhados, expôs algumas mudanças de última hora em uma tentativa de apoio mais amplo.
Acrescentou, por exemplo, uma frase expressando "grave preocupação" com a recente onda de violência, que atingiram ambos lados e "causaram enorme sofrimento e muitas vítimas inocentes".
Mas diplomatas disseram que estas mudanças dificilmente impedirão o veto dos Estados Unidos.
PELO ABANDONO DOS ASSENTAMENTOS
A melhor maneira de reativar o internacional "mapa da paz" entre israelenses e palestinos seria Israel abandonar os seus acampamentos nas terras palestinas, disse Roed-Larsen, coordenador especial da ONU pelo processo de paz.
"Sem apoio popular, nenhum primeiro-ministro palestino pode neste estágio conter o terrorismo e organizações terroristas de um modo efetivo", disse. "Esse apoio popular poderia ser obtido, nas atuais circunstâncias, pelo abandono dos assentamentos."
Roed-Larsen também criticou os palestinos. Eles teriam falhado ao não usar o recente cessar-fogo para cuidar das reformas da segurança, incluindo a consolidação das forças de segurança.
Ele advertiu que a "remoção" de Arafat por Israel seria perigosa e prejudicaria os esforços de paz.
O embaixador de Israel, Dan Gillerman classificou Arafat de "terrorista profissional" e disse que sua remoção levaria ao fim do conflito.
Arafat "é o guia dos que apóiam os grandes ataques de terrorismo no estilo da derrubada das torres gêmeas, para levar a região à beira de uma catástrofe", afirmou.
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