O Irã será forçado a rever sua cooperação com a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) caso não tenha direito a um programa nuclear pacífico, disse na quarta-feira o ministro das Relações Exteriores do país, Kamal Kharrazi, à agência de notícias oficial IRNA.
"Se os falcões ganharem terreno e ignorarem nosso direitos legítimos de atividades nucleares pacíficas, seremos forçados a rever o jogo e o atual nível de cooperação com a agência (nuclear da ONU)", afirmou Kharrazi, sem especificar quem são os falcões.
A declaração foi feita no momento em que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) parece estar próxima, segundo diplomatas, de aprovar uma resolução que dá um prazo até 31 de outubro para Teerã revelar o conteúdo do seu programa nuclear.
Japão, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Turquia uniram forças com os Estados Unidos e outros nove países em uma dura proposta de resolução exigindo que o Irã demonstre cumprimento total do Tratado de Não-Proliferação (NPT).
A proposta pede ainda que o Irã assine e implemente "imediatamente e sem condições" o Protocolo Adicional, que permite inspeções praticamente sem aviso a instalações no país.
O Irã declarou que está disposto a começar as negociações sobre a assinatura do protocolo adicional. Mas autoridades iranianas alertaram que muita pressão externa poderia influenciar a opinião dentro do Irã na direção contrária.
Os EUA acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares. O Irã nega a acusação, sustentando que seu programa nuclear é exclusivamente civil e designado a suprir a crescente demanda de eletricidade.
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