Algumas centenas de manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) interditaram ruas e avenidas do Centro de São Bernardo do Campo, na tarde de ontem, para protestarem contra a reforma da Previdência.
Novamente, o MTST descumpre o acordo realizado dom o Gaorp (Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse) do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), assim como fez em janeiro desse ano, ao interditar vias de acesso, na sua totalidade, durante o ato realizado.
A passeata teve início na Praça Matriz e foi liderada por integrantes do MTST e de partidos políticos de esquerda, e teve duração de cerca de uma hora e meia, ocupando, na sua totalidade, a Rua Marechal Deodoro no trecho até o Paço Municipal.
“Vamos lutar para essa reforma não passar. Sabemos que não existe voto suficiente para que o projeto passe, mas precisamos manter a luta. Aliás, enquanto eles recebem auxílio-moradia, nós, aqui, continuamos morando em barracos”, gritava ao microfone Andreia Barbosa da Silva, uma das líderes do movimento.
Tomando um rumo político regional um dos puxadores da passeata entoava:
“Uma salva de palmas para todos os prefeitos da região”.
Saindo do regional para o nacional, o tema abordado também inclui o decreto de Temer para a intervenção no Rio de Janeiro.
“Vamos resistir a essa ditadura militar imposta por este governo golpista e ilegítimo”, discursou o deputado federal Ivan Valente, PSOL, que esteve no ato para encerrar a passeata na frente do Estádio 1º de Maio, em São Bernardo do Campo. “Foi exatamente aqui, em 1980, que mudamos a história deste País”, esbravejou o Ivan Valente.
Diversas pessoas que estavam na região na hora da passeata reclaram da interdição da via.
"Só fazem isso agora. Na época do Marinho nada", disse Cleuza do bairro Assunção.
"Só tumulto já que é ano eleitoral, né", reclamou José Anunes da Costa, da Paulicéia.
"'Nóis' tem de lutar pelos direito do trabalhador e apoio e estou indo para lá agora", disse Sebastiana de Jesus de Diadema.
Até o próximo dia 10 de abril os invasores do terreno invadido da MZM devem deixar o local. O terreno foi esbulhado no início de setembro do ano passado.