O dinheiro do MST

 

Opinião - 19/08/2003 - 08:56:24

 

O dinheiro do MST

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Parece que o movimento não é tão pobre como se diz ser...

Parece que o movimento não é tão pobre como se diz ser...

Enquanto o MST continua gerando manchetes quase diárias, com invasões de fazendas, seqüestros de caminhões transportando alimentos, ou com declarações desastradas de seus dirigentes, algumas notícias mais discretas sobre o mesmo tema devem ser objeto de atenção das pessoas realmente interessadas na realização de alterações profundas na estrutura da posse de terras, no Brasil. Uma dessas informações é a de que somente em Pernambuco existem cadastrados 14 movimentos sociais que se dizem ligados à reforma agrária, cada um agindo de forma diferente, no campo, na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais. “E todos querendo mostrar, através das invasões, que são mais fortes que os demais”, segundo comentou um jornalista político de Pernambuco, no último sábado. A outra notícia divulgada pelo mesmo jornalista, e que deve ser tomada em consideração pela comunidade, é o protesto das lideranças sindicais contra a invasão e tomada de terras na Usina Catende, área administrada pelos seus antigos trabalhadores. “É invasão oportunista e provocadora, fruto de desvario marqueteiro que só faz fortalecer setores da direita reacionária”, segundo o desabafo do presidente da Contag, Manoel dos Santos. Foi esta a terceira invasão do MST, desde 1995, em áreas administradas pelos sindicatos rurais, em Pernambuco. Muitos se perguntam quem financia com tantos recursos o MST, a mais poderosa organização jamais criada no Brasil para exigir dos governos, mesmo os que assumiram há pouco mais de seis meses e se mostram favoráveis à reforma, como o atual, que realizem de imediato uma obra envolvendo todas as terras do País, já reclamada publicamente desde, pelo menos, a Abolição da Escravatura, ocorrida em 1888. Uma ponta desse mistério foi levantada recentemente pela revista “IstoÉ - Dinheiro”, numa reportagem abrangente em que foram ouvidos tantos alguns participantes do movimento quanto pessoas que se mostram críticas rigorosas de suas ações. “Hoje, os sem-terra atuam como se formassem uma grande corporação empresarial, com todas as divisões internas: produção, vendas, logística, finanças, treinamento e marketing”, diz a publicação, que se edita em São Paulo. E insiste em que, apesar de sua retórica socialista, “muitas das iniciativas dos movimentos são 100% capitalistas. O MST administra um caixa milionário, explora o valor de sua marca como poucas empresas, recolhe vastas contribuições internacionais, vende e exporta seus produtos, faz a intermediação financeira nos empréstimos agrícolas governamentais e treina intensamente seus quadros profissionais”. MST S/A é como a revista chama o setor financeiro do movimento, comandado pelo gaúcho Mário Lill, o mesmo que apareceu na TV entregando uma bandeira vermelha com o mapa do Brasil ao problemático líder palestino Yasser Arafat. Diz que ele conta com “quatro grandes fontes de recursos. Uma das principais é o próprio setor público, especialmente o governo Federal. Por meio de convênios com ministérios como Desenvolvimento Agrário, Trabalho e Educação, o movimento tem acesso a verbas próximas a R$ 8 milhões por ano”. Em segundo lugar, vêm as doações nacionais, da Igreja Católica progressista, e internacionais. Agora mesmo, a ONG alemã Caritas e a francesa Frères des Hommes estão ajudando a levantar a Escola Nacional Florestan Fernandes, em São Paulo. Há ainda um “pedágio” de 3% cobrado na liberação de empréstimos para a agricultura familiar ou projetos habitacionais. E, por fim, a receita própria das cooperativas de produção, nos acampamentos já instalados no País. No primeiro semestre do governo Lula foram assentadas apenas 3 mil famílias, enquanto em 2002 cerca de 100 mil famílias receberam títulos de posse, segundo o ex-ministro Raul Jungmann, um dos ouvidos pela reportagem.

Parece que o movimento não é tão pobre como se diz ser...

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