O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (11) que não descarta uma "opção militar" para a crise que assola a Venezuela, país que, em sua opinião, se encontra afundado em uma "bagunça muito perigosa".
Trump fez essa declaração no seu clube de golfe em Nova Jersey, após reunir-se com o secretário de Estado, Rex Tillerson; o assessor de segurança nacional, general H. McMaster; e a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
"Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar se for necessário", disse o presidente de seu clube de golfe em Bedminster (Nova Jersey), onde se encontra de férias.
Trump lembrou que a Venezuela é "vizinha" dos Estados Unidos e disse que "certamente" Washington poderia optar por uma operação militar para resolver a situação no país sul-americano, onde quatro meses de protestos contra o presidente Nicolás Maduro resultaram em violentos distúrbios, que deixaram pelo menos 125 mortos.
"Temos tropas no mundo todo em lugares muito distantes. A Venezuela não fica longe e as pessoas estão sofrendo e morrendo", disse Trump.
O ministro venezuelano da Defesa, general Vladimir Padrino López, reagiu afirmando que a ameaça de Trump "é um ato de loucura, de supremo extremismo, de uma elite extremista que governa os Estados Unidos".
"Como soldado, junto à FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) e junto ao povo, estou certo de que todos estaremos na linha de frente na defesa dos interesses e da soberania de nossa amada Venezuela", declarou Padrino à TV estatal.
O chanceler chileno, Heraldo Muñoz, repudiou a posição de Trump afirmando no Twitter que o governo de Michelle Bachelet "rejeita qualquer ameaça de intervenção militar na Venezuela".
Muñoz defendeu a 'Declaração de Lima', firmada esta semana por 12 países do continente, que pede uma "negociação" para se chegar a uma "solução duradoura" na Venezuela.
Horas após a ameaça de Trump, a Casa Branca informou que o presidente "conversará com prazer com o líder da Venezuela assim que a democracia for restaurada neste país".
"Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela diante da contínua repressão do regime de Maduro", acrescentou o comunicado.
Maduro havia ordenado a seu chanceler, Jorge Arreaza, que buscasse uma "conversa pessoal" com Trump, por telefone ou no contexto da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, marcada para setembro.
Trump analisou a crise na Venezuela nesta sexta-feira com seu secretário de Estado, Rex Tillerson, e com a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
"A Venezuela é um desastre, é um desastre muito perigoso e uma situação muito triste", declarou Trump.
Procurados, o Pentágono e o Comando Sul dos Estados Unidos ainda não comentaram as ameaças de Trump.
Os Estados Unido não reconhecem a Assembleia Constituinte promovida pelo presidente Maduro, que a oposição rejeita por considerá-la uma "fraude" que busca perpetuar o mandatário no poder.
As declarações de Trump acontecem dois dias depois de o Tesouro americano ter sancionado Adán Chávez, irmão do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), e outros sete funcionários venezuelanos por promoverem a Constituinte.
Chamando Maduro de "ditador", o governo de Trump o sancionou no dia seguinte à eleição da Constituinte. Treze funcionários do governo e ex-colaboradores foram acusados de romper a ordem democrática, de corrupção e de violação dos direitos humanos.
A Constituinte instalada no último final de semana regirá o país com poderes absolutos pelo menos por dois anos.
Com informações da AFP, EFE e Abr