O embaixador da Colômbia no Brasil, Jorge Enrique Garavito, disse ontem que existe um bom clima no Brasil para realizar um eventual encontro entre representantes da ONU (Organização das nações Unidas) e das Farc (Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia).
"O ambiente é muito positivo. Se o governo colombiano assim o solicitar, o Estado brasileiro provavelmente estudará essa possibilidade favoravelmente", afirmou Garavito.
O embaixador acrescentou que "desde o início do governo de Luis Inácio Lula da Silva, o Brasil tem manifestado disposição para facilitar qualquer tipo de negociação".
Garavito afirmou que o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, enviou um comunicado no qual afirmava que "o Brasil sempre está disposto a contribuir a uma solução negociada que respeite a soberania".
O alto representante colombiano para a paz, Luis Carlos Restrepo, confirmou ontem que funcionários da ONU e das Farc estão estudando a possibilidade de se reunir no Brasil para analisar a situação do conflito colombiano.
O Brasil faz parte do pequeno grupo de países que resistiu a pedidos do governo colombiano de rotular as Farc como "organização terrorista" --o que contribuiria na escolha do país para sede do encontro.
Conflito interno
Se o encontro for confirmado, será o primeiro diálogo com as Farc (principal guerrilha da Colômbia, com 17 mil membros), desde que as negociações de paz com o governo fracassaram, em fevereiro de 2002 --quando os rebeldes sequestraram um vôo comercial e um senador.
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, que as Farc chamam de "fascista", promete derrotar os rebeldes no campo de batalha se eles não declararem um cessar-fogo para negociações. Rebeldes das Farc mataram o pai do presidente colombiano nos anos 1980, durante uma tentativa de sequestro fracassada.
Cerca de 3.500 colombianos morrem a cada a ano em decorrência do conflito armado - envolvendo forças do governo, guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e traficantes - que atinge o país há décadas.
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