Uma pergunta: Existe uma Taty dentro de você? Aí, você retruca: “Taty????” Então, eu explico: Domingo, no Fantástico...Heloísa Perissé no papel de uma adolescente no chamado Papo Irado... “Ahhh bom...!”, você responde!
Mas depois de uma rápida análise você pensa: “adolescência... já passei dessa fase! O que essa pergunta tem a ver comigo?”.
A princípio, você pode até se chocar, mas, acredite, tem absolutamente tudo a ver.
A taty só pensa na “Pretenders”. E você, na Vitória Secrets, Vitor Hugo... Compreendeu a semelhança?
Ser apaixonada pelas tendências, desejar estar sempre atual, sintonizada na estação certa é absolutamente natural e saudável, são sintomas de pura feminilidade. Não é um vírus ou uma bactéria é apenas uma característica da mulher que quer sempre se fazer mulher!
O problema é que o apelo do mercado é tamanho que muita gente acaba mesmo aderindo a tudo o que a moda lança sem dar a mínima para o bem-estar. E por bem-estar entenda-se não apenas aspectos ligados ao conforto proporcionado pela vestimenta, mas principalmente por aspectos subjetivos, ligados à personalidade do usuário.
Às vezes acoplamos um estilo de se vestir que não tem nada a ver com nossa forma de ser e nos submetemos à condição de reféns do olhar alheio. Foi o que aconteceu na época do retorno ripe, onde todo mundo tinha um vestido indiano, ou na época de O Clone, em que um mar de jades invadiu as ruas. E é isso que acontece em cada nova tendência lançada e quem segue esses lançamentos simplesmente por seguir preocupa-se muito mais com o olhar do outro do que aquele que utiliza a moda a serviço de sua personalidade.
Qual a moral da história?
Matar a Taty, a adolescente impulsiva que mora dentro de você? De forma alguma! Ela é o estimulo e a engrenagem para sua vaidade feminina! A sugestão é apenas domá-la, para que ela não dome você! É como diz o filósofo e colunista Mario Sergio Cortella "diante da multiplicidade da moda que surge numa velocidade absurda, aquele que tentar acompanhar tudo pode entrar num estado que beira a neurose".
Não vai querer enlouquecer, vai?
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