Metade dos jovens depende do governo para cursar faculdade

 

Nacional - 20/07/2016 - 22:04:28

 

Metade dos jovens depende do governo para cursar faculdade

 

Da Redação com Abr

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Coletiva de imprensa na Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES)

Coletiva de imprensa na Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES)

Pesquisa apresentada hoje (20) pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) mostra que 50,5% dos jovens que pretendem ingressar em curso superior de universidade não têm condições de pagar as mensalidades e precisam da ajuda de programas de financiamento do governo. O percentual de 37,3% informou que poderia pagar as mensalidades e 12,2% disseram que talvez tenham condições de pagar. O estudo ouviu mil brasileiros com idade entre 18 e 30 anos, com ensino médio completo.

Ao serem questionados sobre o interesse em pleitear uma bolsa pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) - que concede bolsas parciais e integrais, com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - 57,9% tentariam ingressar no programa, 38,1% não têm interesse no auxílio e 4% não souberam responder.

Sobre o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), 50,3% dos entrevistados tentariam essa modalidade, 41,4% não tentariam e 8,3% não souberam responder. O Fies é um empréstimo para custear graduação em instituição privada de ensino a uma taxa de juros de 6,5% ao ano. O percentual de custeio varia conforme a renda familiar mensal.

A pesquisa também perguntou aos estudantes o que pensam sobre a proposta de redução de investimentos em educação pelo governo federal. A maioria (75%) disse que é contrária ao corte. Sobre a cobrança de mensalidades por universidades públicas, mais da metade (57,3%) também se opôs à proposta.

Para Janguiê Diniz, presidente da ABMES, que representa 1,2 mil instituições educacionais privadas, o programa de financiamento estudantil beneficia mais o país, em última instância, que as instituições privadas de ensino. "Quando o Fies era incipiente há 6 anos, os índices de crescimento eram ascendentes. Quem precisa do Fies não são as instituições privadas, quem depende disso é o país", disse ele.

Para o cientista político que trabalhou na pesquisa, Adriano Oliveira, o levantamento mostrou, que os jovens valorizam o papel do estado como indutor de inclusão social na área da educação.

Se pudessem escolher, 71,2% dos entrevistados optariam por uma universidade pública, enquanto 25,1% escolheriam uma instituição particular e 3,7% não responderam. "Essa questão mostra a importância do estado como agente que permite a inclusão social através da educação", disse Adriano.

Apesar da preferência pelas instituições públicas, Janguiê argumenta que as faculdades privadas têm alcançado melhores índices de qualidade. "Se no Brasil fosse o mesmo sistema dos Estados Unidos [onde universidades públicas cobram mensalidade], esse sentimento de que as privadas tem qualidade inferior à pública não existiria", declarou.


Avaliação de mérito – Embora seja quase que unânime a opinião de que o Governo deve implementar ações que permitam que brasileiros, independentemente de renda, consigam realizar o sonho do diploma de nível superior (96,4%) e que deve conceder bolsas ou financiamento para quem não possui renda suficiente para pagar mensalidades (94,5%), o mérito também não foi esquecido pelos entrevistados. Mais da metade dos estudantes (63,2%) não concorda com a redução da nota de corte e pensa que, para obter o Fies, o estudante precisa alcançar, no mínimo, 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

Visão de Futuro– A pesquisa reforçou que o sonho da graduação ainda é visto pelo jovem brasileiro como a possibilidade de melhorar de vida e obter o tão desejado "lugar ao sol". 81% acreditam que o diploma possibilita crescimento profissional. No universo de 18 a 24 anos de idade, apenas 17% dos jovens estão no ensino superior, enquanto a Lei do Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que em 10 anos a meta a ser alcançada é de 33%. Porém, pouco mais da metade dos entrevistados, 54,2%, acredita que o Governo conseguirá cumprir esta meta.

Também é unânime a opinião de que o Governo Federal deve aumentar o número de vagas do Fies (90,2%) e do ProUni (91,9%); e 75% não considera justo que o Governo reduza os investimentos em programas educacionais com o objetivo de controlar os gastos públicos.


A pesquisa está disponível com exclusividade para associados ABMES. Clique aqui para acessar

 



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