Os próprios candidatos sinalizaram que, se forem eleitos, vão buscar comandar o país com um estilo diferente do atual.
"Somos do diálogo. E não viemos mostrar que temos razão. E se errarmos, vamos corrigir os erros, trabalhamos em equipe", repetiu Macri durante a campanha. "Na minha gestão, cada poder terá seu papel. Presidência é Presidência, Justiça é Justiça, Congresso é Congresso e imprensa é imprensa", disse Scioli.
A falta de diálogo e de independência dos poderes costuma ser apontada pelos críticos do Kirchnerismo.
Filhos de empresários e amigos de longa data, Scioli e Macri entraram na política na vida adulta e são, segundo conhecidos, "pessoas de diálogo" com diferentes setores ─ um estilo diferente do impresso pelo ex-presidente Néstor Kirchner, morto em 2010, e por sua sucessora e viúva, Cristina.
"A confrontação de ideias e de interesses faz parte da política, mas os Kirchner fizeram da confrontação permanente a sua própria identidade. Scioli e Macri têm outro estilo. Os Kirchner não são dados ao diálogo. E os dois presidenciáveis sim", disse à BBC Brasil o analista Jorge Giacobbe, da consultoria Giacobbe e Associados.
Assessores diretos dos dois candidatos concordam que a eleição marcará o "fim de uma era".
"Cada governo representa uma etapa", disse o assessor de Scioli, o economista e cientista político Gustavo Marangoni, presidente do banco Província.
Para Diego Guelar, assessor de Macri e ex-embaixador da Argentina no Brasil e nos Estados Unidos, os governos "personalistas que fazem parte de uma conjuntura" e "não têm história e trajetória desaparecem", disse, quando seus líderes concluem seus mandatos.