Ex-presidente nega corrupção e tráfico de influência no BNDES

 

Politica - 03/09/2015 - 17:21:04

 

Ex-presidente nega corrupção e tráfico de influência no BNDES

 

Da Redação com Agência Câmara Notícias

Foto(s): Divulgação / Antonio Augusto / Câmara dos Deputados

 

Em depoimento à CPI do BNDES, Demian Fiocca garantiu que a política de financiamentos do banco é "impessoal e republicana"

Em depoimento à CPI do BNDES, Demian Fiocca garantiu que a política de financiamentos do banco é "impessoal e republicana"

Ex-presidente nega corrupção e tráfico de influência no BNDES, durante depoimento à CPI. O economista Demian Fiocca, que presidiu o banco entre 2006 e 2007, prestou depoimento à CPI do BNDES, nesta quinta-feira, na condição de convocado. No comando da instituição, ele sucedeu Guido Mantega, posteriormente ministro da Fazenda e do Planejamento, e foi substituído pelo atual presidente, Luciano Coutinho. Parlamentares de oposição, como o deputado João Gualberto, do PSDB do Pará, procuraram associar as denúncias de corrupção do mensalão e na Petrobras ao BNDES, sobretudo diante de financiamentos que o banco fez a empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

"Há um sentimento generalizado, na população brasileira, de que a corrupção no BNDES chega a ser até maior do que na Petrobras. E também um tráfico de influência muito forte de figuras como o ex-presidente Lula; Fernando Pimentel, atual governador de Minas; e José Dirceu etc".

Demian Fiocca negou as acusações e garantiu que a política de financiamentos do BNDES é "impessoal e republicana".

"Não houve nenhuma tratativa inadequada com ninguém do governo, no período em que estive no BNDES, no sentido de favorecer empresas. Considero absolutamente injusto e equivocado se alguém, na sociedade, procurasse associar corrupção ao BNDES".

O relator da CPI, deputado José Rocha, do PR baiano, chegou a classificar de "escalada insustentável" o ritmo de empréstimos aprovados pelo BNDES na gestão de Demian Fiocca: R$ 51,3 bilhões em 2006 e R$ 64,9 bilhões em 2007. Segundo Rocha e alguns deputados de oposição, esse aumento teria obrigado o Tesouro Nacional a intensificar o aporte de capital no banco, com reflexos na atual crise fiscal.

"O senhor não percebeu que aquela escalada seria insustentável e levaria o banco e o Tesouro a um beco sem saída? O senhor aprova tanto dinheiro para emprestar à Odebrecht e a suas co-irmãs, a juro de pai para filho, para que elas aplicassem em obras que foram gerar empregos na Venezuela, Angola e outros países?"

O ex-presidente do BNDES justificou o aumento dos empréstimos à intensificação das ações de fomento à economia, sobretudo em um período em que o banco foi usado como instrumento de reação à forte crise econômica internacional.

"O BNDES, quando faz a análise, considera se os projetos estão enquadrados nas políticas e se os volumes solicitados correspondem àquela parte que efetivamente é produzida no Brasil, gerando empregos e pagando impostos no Brasil. O banco é muito exigente em garantias. O banco, de fato, aumentou os desembolsos e continuou essa trajetória posteriormente, mas não vejo como uma escalada insustentável".

Demian Fiocca foi o primeiro dos ex-presidentes do BNDES a depor na CPI. O próximo seria Guido Mantega, no dia 8, mas a audiência foi adiada para 29 de setembro, devido a problemas de saúde da esposa do ex-ministro.

 



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