Vídeo de sobrinho de Zeca do PT zombando de protesto ganha repercussão nacional

 

Politica - 20/03/2015 - 09:08:33

 

Vídeo de sobrinho de Zeca do PT zombando de protesto ganha repercussão nacional

 

Da Redação com agências

Foto(s): Reprodução Facebook

 

Marcelo Heitor Miranda dos Santos, filho do prefeito de Porto Murtinho, Heitor Miranda dos Santos, e sobrinho do deputado federal, ex-deputado estadual e ex-governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT

Marcelo Heitor Miranda dos Santos, filho do prefeito de Porto Murtinho, Heitor Miranda dos Santos, e sobrinho do deputado federal, ex-deputado estadual e ex-governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT

Um vídeo gravado e publicado na rede social por Marcelo Heitor Miranda dos Santos, filho do prefeito de Porto Murtinho, Heitor Miranda dos Santos, e sobrinho do deputado federal, ex-deputado estadual e ex-governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, ganhou repercussão nacional. O material foi compartilhado até pela jornalista Rachel Sheherazade, ex-apresentadora do SBT.

Nas imagens, Marcelo Heitor aparece zombando das pessoas que, no último domingo (15), foram para as ruas em todo Brasil, protestar contra a presidente Dilma Rousseff e os escândalos envolvendo casos de corrupção na Petrobras.

Além de postar o vídeo em seu perfil na rede social Facebook, Marcelo também escreveu. “A caminhada do chororô foi tão piada, que na linha de frente estava o Bolsonaro, Zé Agripino e de lambuja Vanessa Camargo entoando o Hino Nacional. Movimento político, sem apresentar nada de novidade. Renderam a caminhada e inúmeras risadas, nem tudo foi perdido né?”

Horas depois, Marcelo retirou o vídeo e deixou apenas o texto.

Já a jornalista Rachel Sheherazade compartilhou o vídeo gravado por Marcelo em seu perfil na rede social e escreveu: “Marcelo Heitor Miranda - Filho do prefeito de Porto Murtinho e sobrinho do Zeca do PT. Tirando sarro da população e ainda vai se candidatar a vereador”. A publicação teve mais de 5,7 mil curtidas, 4,3 mil comentários e 7,7 mil compartilhamentos.

Vídeo

Entre risos e gargalhadas, Marcelo grava a seguinte mensagem enquanto dirige um veículo:

“Bom dia Campo Grande, Capital Morena! Bom dia Brasil! Deu não, né? Dilminha tá lá, né? Como é que faz? Muito bom, é delicioso ganhar da direitinha. São quatro anos saboreando a vitória, o desespero, o mimimi, o chororô eterno, tipo aquela criancinha mimada que perde o doce, sabe? Não deu, né? Mas valeu a caminhada, perdeu um pouquinho de caloria, tipo caminhada da saúde, né? É uma delícia! Como é que pode? Mas olha, não cansa não. Vamos continuar fazendo manifestaçõezinhas dessas daí política, né? Não tem essa de apolítica, né? Manifestação política de quem não votou na Dilma, está com dorzinha de cotovelo, doído pela derrota, mas Lulinha vem aí em 2018 e aí é ferro de novo e mais quatro anos de chororô e mimimi. Mas que é bom é, é muito bom ganhar de vocês. Um beijinho gente, até a próxima, tchau!”

 



Sátira de protestos vira caso de polícia no MS

Marcelo Heitor Silvestre dos Santos, filho do prefeito de Porto Murtinho (MS), Heitor Miranda dos Santos, ficou famoso na internet após a divulgação de um vídeo onde ele satiriza as manifestações contra o governo realizadas em todo o Brasil, no último domingo (15). A brincadeira gerou revolta entre os que integraram ou apoiaram os protestos. Após receber ameaças, o autor da filmagem registrou um Boletim de Ocorrência em Campo Grande, por temer represálias.

O vídeo foi publicado nas redes sociais e, rapidamente, se espalhou. Em seu perfil no Facebook, Marcelo recebeu diversos comentários com críticas à sua postagem.

 

Protesto

Na manhã da última terça-feira, Marcelo registrou um Boletim de Ocorrência na 3ª Delegacia de Polícia de Campo Grande. No documento, que vazou na internet, ele aponta que foi alvo de ameaças (“eu sei onde você mora, onde sua filha estuda, sua esposa”, “por muito menos, pessoas já tiveram seus veículos incendiados, bem como suas residências”) e injúrias (“você é um cherador (sic.) de cocaína, viado, drogado”). A vítima solicitou que a polícia tomasse as medidas cabíveis, “pois teme pela sua integridade física e de seus familiares”.

A Polícia Civil da cidade confirmou que o B.O. que tem circulado pelo mundo virtual é verdadeiro, mas disse não saber como o documento vazou para a internet. Questionados sobre a possibilidade de Marcelo receber proteção policial, os agentes explicaram que este tipo de serviço é voltado apenas para casos enquadrados na Lei Maria da Penha, sobre violência doméstica. Em casos com o de Marcelo, a vítima é orientada a entrar em contato novamente, caso haja outra ocorrência.

A autoridade policial informou ainda que, apesar de não haver uma delegacia específica para combater crimes de internet, este tipo de investigação acontece em todos os distritos da cidade, onde os acusados são chamados para prestar depoimentos.

Michel Neves, investigador de polícia especialista em segurança da informação, esclareceu que, as autoridades só podem entrar em ação contra este tipo de crime quando há uma queixa registrada pela vítima. Feita a representação, a investigação será iniciada. “Há uma metodologia específica para cada rede. Se for pelo WhatsApp, é de um jeito. Se for pelo Facebook, é de outro. Quando é uma ameaça por e-mail, por exemplo, vamos atrás do IP para descobrir de que máquina saiu. O fogo é procurar quem foi a primeira pessoa que postou a ameaça. Geralmente, toda pessoa que navega usa um número de IP. Acabamos chegando na residência dela, ou no ponto de acesso, aí partimos para a investigação não virtual”, explicou.

Sobre o caso de Marcelo, o investigador alertou para o falso anonimato nas redes. “Tudo o que se faz na internet deixa rastro. Hoje, há a Lei Carolina Dieckmann, mas ameaça, injúria, enfim, crimes contra a honra já eram previstos pelo Código Penal. Há mecanismos suficientes para identificar o autor e penalizá-lo legalmente”, disse.

Michel afirmou também que é preciso ser consciente ao publicar conteúdos. “As pessoas, em geral, se descuidam com redes sociais. Esse vídeo foi divulgado pelo WhatsApp, provavelmente, e ganhou o Brasil inteiro. As pessoas têm que ter mais consciência de que a internet potencializa o público. Isso tende a gerar revolta. Você acaba aumentando o seu público e pode sofrer represálias. O mesmo vale para quando você faz uma ameaça pública no Facebook, ou envia por WhatsApp. Você está tornando maior. Se for para uma figura pública, ou algo sobre um assunto polêmico, a tendência é se espalhar”, finalizou.

 



Links
Vídeo
https://www.youtube.com/embed/KDeS9CAR3aU