Como saber até onde o uso da Internet é saudável para o crescimento das crianças

 

Mulher - 29/07/2003 - 11:36:24

 

Como saber até onde o uso da Internet é saudável para o crescimento das crianças

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Seja em casa ou no colégio, os computadores estão cada vez mais presentes no mundo das crianças e adolescentes. Mas, para evitar problemas, os pais precisam conhecer os

Seja em casa ou no colégio, os computadores estão cada vez mais presentes no mundo das crianças e adolescentes. Mas, para evitar problemas, os pais precisam conhecer os

Foi-se o tempo em que as crianças só pensavam em televisão, boneca e carrinho. Hoje elas querem é navegar pela web, papear nos chats ou nos programas de comunicação instantânea, fazer downloads, brincar com joguinhos, e até usar e abusar da internet – essa nova fonte de informações – para se salvar nas pesquisas escolares. Herói ou vilão, o computador está indiscutivelmente cada vez mais presente nos lares e na vida de todos, inclusive dos pequenos. O professor-titular do Departamento de Ciência da Computação da USP, Valdemar W. Setzer, é do time dos que criticam a utilização precoce do computador. De acordo com ele, essa máquina força certo tipo de atividade intelectual que não é própria para as crianças. “Elas perdem a criatividade, adquirem rigidez mental, diminuem a sociabilidade e terão mais dificuldade para se adaptar e ser útil profissionalmente”, afirma. Pode colocar o software que quiser, pode ser joguinho eletrônico ou educacional, o computador, segundo o professor, sempre força um tipo de raciocínio matemático chamado lógico-simbólico, que não é adequado para a criança. “Ela não deveria pensar quadrado, desse jeito matemático. Se uma criança consegue pensar quadrado assim, já está pensando como adulto, já não é mais criança”, alerta. “No caso do computador, nós estamos queimando etapas de anos e anos que a criança teria que passar. O desenvolvimento tem que ser muito paulatino, muito devagar, para que vá acompanhando o desenvolvimento total físico e psicológico. Existe idade para tudo”, conclui Valdemar, que recomenda o uso a partir dos 16 ou 17 anos. A professora da PUC-RJ Marisa Lucena pensa de forma contrária. Na sua opinião, quanto mais cedo a criança for exposta à tecnologia, menos temores e preconceitos desenvolverá ao desmitificar e entender as capaci-dades da máquina, melhores situações surgirão para a formação e construção do seu conhecimento e para a formação de suas capacidades lógicas e cognitivas. Entretanto, para Marisa, é necessário um certo cuidado para não haver exageros. “Pretender que uma criança que ainda não esteja com suas habilidades motoras devidamente coordenadas use um mouse é perda de tempo”, explica. Algumas crianças estão familiarizadas desde cedo como, por exemplo, João Pedro Coelho. Com três anos, o menino vive pedindo ao tio para entrar em sites de bichos, principalmente os que tenham fotos de tartarugas. “É um momento muito divertido. Eu fico lendo o que está escrito e ele curte ver os bichos em movimento”, conta Fernando Coelho, o tio-coruja. O professor da USP também critica a internet. Segundo ele, navegar pela rede é mais prejudicial que o computador em si, pois coloca o mundo inteiro à disposição da criança com tudo que é bom e também ruim. “O pai pode comprar um software e achar aquilo adequado para seu filho. A internet é diferente, ela é aberta, não há ninguém ali para controlar”, explica. A dentista Carla Ramos quase desmaiou quando viu o filho de 11 anos entrando num site que enaltecia Bin Laden e outros terroristas. Recuperada do susto, chamou um técnico e instalou um filtro especial no computador. O engenheiro João Paulo Freire também passou por um episódio desagradável. “Além da conta de telefone ter triplicado, descobri que meus filhos entravam em chats de sexo e recebiam emails com baixarias. Não tive opção, coloquei senha até para ligar o computador”, lembra. A artista plástica Claudia de Castro optou pela praticidade e colocou o micro na sala de visita para poder vigiar os sites que a filha de nove anos visita. Para Marisa Lucena, a ética deve fazer parte dos ensinamentos e do uso diário. O que não se pode fazer na internet é o que não se deve fazer no dia-a-dia. A postura, o comportamento e os valores não mudam só porque a pessoa está num espaço virtual. “É bem verdade que os perigos e tentações estão dentro de casa, mais à mão e mais freqüentes. Mas os pais que têm certeza que estão dando uma boa criação e oportunidades de ampliação de horizontes com acompanhamento próximo e assíduo aos seus filhos não devem se preocupar. Colherão os frutos que plantaram”, opina. A professora da PUC e coordenadora da ONG Kidlink acha também que a criança pode perfeitamente ter um computador no seu quarto, cabendo aos pais estabelecer os limites sobre quando, como e porquê usá-lo. “Isso faz parte da lista das coisas a ter e a administrar: o uso de celular, de telefone, televisão e som no quarto, do tempo de banho, das companhias”, esclarece. A violinista Regina Cruz está tranqüila em relação ao filho de 14 anos. “Não adianta ficar proibindo, o Zeca pode fazer na casa dos amigos aquilo que não deixo em casa. Eu confio na educação que dou pra ele, sei que ele não vai ficar dando o nome e telefone dele para estranhos. Ele sabe se proteger. Por isso deixo ele acessar a internet no micro de seu quarto. Só proíbo o uso depois da dez da noite, pois ele acorda muito cedo pra ir pro colégio”, conta. Falando em colégio, vários começaram a reclamar das “pesquisas” que seus alunos fazem com a ajuda do computador. Muitas vezes, a criança apenas entra num site de busca, encontra algumas páginas sobre a matéria, cola o texto num documento word e pronto.

Seja em casa ou no colégio, os computadores estão cada vez mais presentes no mundo das crianças e adolescentes. Mas, para evitar problemas, os pais precisam conhecer os

Seja em casa ou no colégio, os computadores estão cada vez mais presentes no mundo das crianças e adolescentes. Mas, para evitar problemas, os pais precisam conhecer os

Seja em casa ou no colégio, os computadores estão cada vez mais presentes no mundo das crianças e adolescentes. Mas, para evitar problemas, os pais precisam conhecer os

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