The Voice Brasil deixa a desejar em todos os sentidos

 

TV - 26/12/2014 - 09:17:39

 

The Voice Brasil deixa a desejar em todos os sentidos

 

Da Redação .

Foto(s): Reprodução

 

Técnicos do The Voice Brasil

Técnicos do The Voice Brasil

O The Voice dos Estados Unidos (EUA) é um dos programas preferidos de quase metade da população mundial. Não é à toa que é um dos produtos de maior audiência da NBC que fazem uma temporada atrás da outra sem cansar. Produzido pela Universal Studios, o The Voice americano possui requinte de palco e produções espetaculares com shows que prendem o telespectador e faz com que queira ver a próxima semana do programa. Já a versão brasileira do programa dispensa apresentações porque vai muito bem nos números de ibope, pelo menos em terras tupiniquins, mas todos os dias que assisto ao The Voice Brasil questiono porque não conseguimos chegar aos pés do americano?

Já ouvi, por diversas vezes, muitas pessoas dizerem que, nos Estados Unidos, cantar é parte da cultura e, por isso, eles tem candidatos tão impressionantemente talentosos, mas aqui, no Brasil, não é diferente, somos extremamente musicais e nossa cultura é rica em rítmos e coreografias ou vocês esquecem que a capoeira, esporte típico brasileiro, vem da mistura das artes marciais com a dança? Sem falar do samba, do chorinho, axé e de vários ritmos que fazem parte das raízes do nosso povo. Para mim o The Voice Brasil não funciona tão bem quanto o americano por alguns motivos muito simples: 

  • A seleção dos candidatos;
  • A falta de química entre os técnicos;
  • A qualidade dos técnicos;
  • A qualidade do produção;
  • A forma de escolher os melhores candidatos durante o programa;
  • Formato do programa;
  • Duração do programa;
  • Bastidores e pesquisa;
  • O back stage;
  • Vídeos que acompanham o trajeto de cada candidato;
  • O apresentador (nada contra o Tiago, mas ele não casa com o programa);
  • Locação (palco, platéia, iluminação, figurinos, cenários, banda, etc);
  • O fato de passar apenas um dia na semana. 


Alguns de nossos candidatos até cantam bem, mas não são dirigidos (treinados ou orientados) corretamente para sua evolução. Não sabem se portar no palco e pouco aprendem com seus treinadores sobre isso. Basta ver um único programa do The Voice americano para notar-se a gigante diferença que existe neste quesito.

The Voice 2014

A maioria de nossos candidatos não passariam pelas audições às cegas do programa americano, enquanto, aqui, um rejeitado lá pode até chegar a vencer, como ocorreu em 2013.

O problema começa por este motivo. A seleção, no Brasil, é muito fraca. No The Voice americano cerca de 50% dos cantores são SURREAIS, 30% são EXCEPCIONAIS e 20% são MUITO BONS.

Porque os melhores não se inscrevem no Brasil? A resposta é CREDIBILIDADE!

A impressão que dá é que aqui poucas pessoas realmente boas se inscrevem porque, infelizmente, nossa credibilidade, tratando-se de vencedores desses tipos de reality, não é das melhores e, portanto, não se esforçam para "chegar lá".

Do The Voice americano ou do X Fator saem estrelas para o cenário musical internacional e muitos trilham carreiras brilhantes após os programas. No Brasil, alguém se lembra ou sabe por onde andam os vencedores das últimas edições? Como está a venda de suas músicas ou shows? A resposta é um sonoro "NÃO"!

A edição do The Voice americano de 2013 foi excelente com os técnicos Christina Aguilera, Adam Levine, Cee Lo Green e Blake Shelton, mas a de 2014, na minha modesta opinião, foi de "arrebentar a boca do balão". Com Gwen e Pharrell, este último indicado para diversos prêmios, abrilhantaram o programa e, sem dúvida, foi a melhor temporada de todos os tempos com batalhas inesquecíveis.

The Voice 2014

A estrutura do programa

No The Voice americano, após as audições às cegas iniciam as batalhas entre membros do mesmo grupo e depois os knock out. nesta fase somente os técnicos participam das decisões e podem roubar membros excluídos por outros treinadores. Neste ano, 2014, o vencedor participou por duas vezes do time do Blake e uma vez do time da Gwen. Cresceu, mudou o visual e agradou chegando na final para desbancar os três representantes do time de Adam Levine. Cada treinador, em cada passagem, melhorou e incrementou a atuação do vencedor, Craig Wayne Boyd. Lá, também vingou o Country, mas não dá para comparar com o que aconteceu no Brasil, "sorry"!

The Voice 2014

Quando se iniciam as audições ao vivo, o público participa "salvando alguns" enquanto os técnicos salvam quem acham que merece ser salvo pela qualidade técnica. A forma de votação e os medidores de resultados são totalmente diferentes dos que são utilizados no Brasil. Nos EUA, as redes sociais como Facebook e Twitter são os principais canais, além do iTunes onde, ao se baixar as músicas (download), marcam os "TOP 10" da semana.

A peneira é diferente da tupiniquim. Passam os candidatos americanos por fases como Top 12, Top 10, Top 8, Top 5 e final. Tudo regado a repescagem com "salvamento relâmpago" pelo público. Nestas fases os técnicos não opinam e não escolhem e somente os melhores chegam à final. Neste ano, Pharrell e Gwen não tiveram representantes na final que foi disputada por três do time Adam e um do time Blake (o vencedor).

Outro ponto a ser denotado, seria que a votação só abre após todos os candidatos se apresentarem e, no próximo programa, depois de alguns dias, sabe-se o resultado. No Brasil, o famoso sistema de telefone e mensagem de texto ainda é o principal canal e de forma imediata o que pode dificultar saber quem é realmente o melhor devido aos problemas técnicos de telefonia conhecidos no Brasil. Na internet a votação é por meio do site do programa. No The Voice americano, ainda, é limitado o número de votos por qualquer um dos canais, assim sabe-se quem realmente agrada o público, enquanto aqui, isso não acontece.

The Voice 2014

No Brasil, para não constranger os técnicos, na final, cada um tinha um representante. Uma piada, pois não estavam todos os melhores lá. Uma das melhores candidatas, a Nonô Lellis, de 16 anos apenas, apesar de estar no top das indicações por diversas semanas, ficou de fora, lamentável. Não digo que venceria, mas merecia disputar a final, enquanto que a maioria do time do espalhafatoso Carlinhos Brown, não passaria do TOP 12, se seguissem metodologia americana.

 

The Voice 2014

As apresentações e os shows da final foram lamentáveis e sem qualquer requinte. Perdeu a oportunidade de mostrar que somos bons. Os cenários pobres e as apresentações de todos os participantes foi lamentável. Os shows dos técnicos, então, foram terríveis. Ao lembrar dos shows de Blake e Adam fiquei com vontade de gritar de ódio.

Ainda falando dos técnicos tupiniquins, a Cláudia Leite, só se preocupa com a "sensualidade" que chega a beirar um exibicionismo chulo. Carlinhos Brown precisa ter aulas para melhorar e deixar de ser tão chato com suas intermináveis falas sem sentido. O príncipe Daniel, parece que nem está no programa com a lentidão das respostas e decisões. Lulu Santos possui letras excelentes, mas vamos combinar, cantando deixa a desejar, principalmente ao vivo e em conjunto com candidatos ou outros técnicos.

No Brasil, o The Voice premiou a dupla sertaneja, do time de Lulu Santos, Daniel Reis e Rafael. A voz de tenor foi o diferencial da dupla que conquistou a vitória.

The Voice 2014

Corre, nos bastidores, que em 2015 tudo será diferente. Entre as mudanças haveria a troca de alguns ou todos os técnicos. Finalmente!

Para quem não acompanhou ou não possui tv a cabo, os programas do The Voice americano são facilmente encontrados no Youtube. Assista a alguns programas, ou todos, e depois faça sua comparação.

THE VOICE USA NO YOUTUBE (clique para ver todos os shows)

Assim acaba, finalmente, a tortura do The Voice Brasil, um dos piores programas, em comparação aos de mesmo nome, em todo o mundo.

 



Links
Vídeo
http://youtu.be/ifEea4BYXZU