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O ministro de Segurança Alimentar, José Graziano, informou que estaa semana deverá começar a ser veiculada campanha publicitária de divulgação Programa Fome Zero com orientações aos interessados em colaborar com a iniciativa do governo. Serão abertas contas para doações por meio da rede de bancos oficiais, mas a intenção, conforme explicou, não é a de estimular depósitos de pequenas contribuições, pois estes poderão prestar a sua solidariedade dentro das próprias comunidades.
Graziano informou que a Unesco (Organização para as Nações Unidas para a Educação) já doou US$ 100 mil para financiar o programa de alfabetização no Piauí e que no próximo dia 14, o secretário geral do FAO (Fundo das Nações Unidas Para a Alimentação e Agricultura), Jacques Diuof, deverá reunir-se com o presidente Luiz Ignácio Lula da Silva para a assinatura de três convênios de assistência técnica e prestação de serviços para o Programa Fome Zero, no valor de US$ 1 milhão. A FAO já liberou outros US$ 50 mil para o trabalho inicial de levantamento em campo nas duas cidades escolhidas para a primeira etapa do projeto piloto que são Guariba e Acauã.
Outros 1.100 municípios do Nordeste também estarão sendo atendidos pelo programa . De acordo com Graziano, até agosto próximo, o modelo a ser seguido para o desenvolvimento do programa deverá estar totalmente elaborado para que possa ser inserido no Plano Plurianual para apreciação do Congresso Nacional. Ele fez questão de salientar que o grande interesse do governo é criar uma estrutura de segurança alimentar aliada a uma série de benefícios de melhoria social, de foram sustentada.
Graziano deu entrevista, na semana passada, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo,(Fiesp), logo após participar da solenidade de lançamento do estudo “Criando Valor”, do Instituto Ethos e da IFC (International Finance Corporation, órgão do Banco Mundial voltado para o financiamento do setor privado). O estudo destaca benefícios e riscos de negócios resultantes de melhorias sociais e ambientais com base em 240 experiências de empresas em 60 países, incluindo o Brasil.
Ao expor as idéias básicas do Fome Zero, o ministro destacou que, em essência, o programa difere dos demais já existentes em três aspectos: ao invés de propor simplesmente um combate a pobreza, sugere um atalho, dando condições de inserção social. “Um homem com fome não tem condições de trabalho. Uma mulher da mesma forma não pode amamentar e, utilizando experiências da FAO, vamos criar este atalho”.
A segunda grande diferença mencionada por ele é quanto à ação, que não é emergencial e, sim, de estruturação. Ele informou que dois terços das mães de Guariba são analfabetas e que um terço da população não tem certidão de nascimento, além de haver faltas de cisternas e outras melhorias. O terceiro ponto é o fato de este programa não ter um caráter de desenvolvido isolado em esferas governamentais, contando com Organizações Não Governamentais (ONGs), Pastorais, empresários, instituições, enfim, os vários segmentos da sociedade.
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