Aécio acredita que projetos de governo de PSDB e PSB podem ser implementados em conjunto em 2015

 

Politica - 03/05/2014 - 07:50:56

 

Aécio acredita que projetos de governo de PSDB e PSB podem ser implementados em conjunto em 2015

 

Da Redação com agências

Foto(s): Gustavo Rambini / Divulgação

 

Aécio Neves: projeto de governo parecido com o de Campos e Marina

Aécio Neves: projeto de governo parecido com o de Campos e Marina

O candidato tucano à presidência da República, Aécio Neves, afirmou na sexta-feira que não vê motivo para que seu projeto de governo e o de Eduardo Campos e Marina Silva, titular e vice na chapa do PSB ao Palácio do Planalto, não seja implementado em conjunto em 2015.

A afirmação foi feita durante o 13º Fórum de Comandatuba, evento que reúne cerca de 300 empresários no sul da Bahia para discutir o desenvolvimento do País. 

Questionada sobre o alinhamento dos dois projeto de governo, Marina afirmou ver profundas diferenças entre as duas propostas, principalmente em aspectos como a disposição em manter projetos socias que conquistaram bons resultados, a apresentação de um governo pautado por programas, independente dos partidos, além da apresentação de uma nova forma de fazer política no Brasil. "O que pode ser feito é um programa de governo que envolva os melhores de todos os partidos políticos com uma pauta única como ocorre na Alemanha, na Inglaterra e em outras economias desenvolvidas. E não por um Estado para chamar de 'meu', como ocorre agora."

"Não tenho medo de falar que, se formos eleitos, dialogaremos com PT e PSDB, independente do partido, debateremos uma agenda em comum. O que eu e o Eduardo estamos oferecendo ao povo brasileiro é uma alternativa, uma nova maneira de fazer política", completou.

Arquivo Grupo @HORAPRÉ-CANDIDATOS DEBATEM UMA AGENDA PARA O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL NO 13º FÓRUM DE COMANDATUBA - Foto: Gustavo Rambini / Divulgação

Pré-candidatos debatem uma agenda para o desenvolvimento do Brasil no 13º Fórum de Comandatuba

Na manhã desta sexta-feira, 2, ocorreu o Seminário LIDE do 13º FÓRUM DE COMANDATUBA, promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, evento realizado anualmente para tratar de política econômica, gestão empresarial e responsabilidade social que impactam o cenário nacional. Em 2014, os 320 empresários presentes, além de autoridades políticas, discutem Uma agenda para o desenvolvimento do Brasil.

“Durante oito anos consecutivos tenho participado deste Fórum, onde esperamos sempre dar uma contribuição maior ao país, com a discussão sobre os rumos do Brasil”, comentou Jacques Wagner, governador da Bahia, ao abrir o seminário desta sexta-feira, 2 de maio.

Os pré-candidatos à presidência da República, senador Aécio Neves (PSDB/MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB/PE), fizeram suas exposições sobre como pretendem governar o Brasil caso sejam eleitos. “Os dois jovens políticos pré-candidatos à presidência da República aqui presentes têm avós que fizeram uma brilhante carreira política: Miguel Arraes e Tancredo Neves”, lembrou João Doria Jr., presidente do LIDE. A atual presidente do Brasil e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, foi convidada a participar do Fórum, mas não pode comparecer.

Em sua apresentação, Eduardo Campos disse que “é necessário corrigir os desequilíbrios e construir um arcabouço confiável, que nos remeta a um salto econômico político e social na vida brasileira”. Segundo ele, o Brasil precisa entender como aproveitar a crise mundial para promover um novo ciclo de crescimento e expansão.

O pré-candidato lembrou seu compromisso com o tripé macroeconômico e com a contenção inflacionária, que não pode ser o dobro do Chile ou da Colômbia; assim como o apoio à autonomia do Banco Central e o trabalho para mudar a governança das agências reguladoras e de tornar cada vez mais transparentes as contas públicas.

Aécio Neves falou sobre a importância da gestão pública eficiente para melhorar os índices sociais. Reafirmou seu compromisso de criar uma secretaria que, num prazo de 6 meses, apresente uma proposta de simplificação do sistema tributário e também de resgatar o papel das agências reguladoras, apresentando modelo que permita eficiência na gestão pública. Defendeu, ainda, o fim da reeleição para os cargos públicos, especialmente com a discussão do fim de doações do setor privado para campanhas políticas, e o fim da maioridade penal para casos extremos.

O pré-candidato fez também uma análise dos últimos dez anos e criticou a flexibilização que o ex-presidente Lula promoveu nos pilares macroeconômicos, deixando de ter o controle inflacionário como meta. Citou os péssimos resultados da balança comercial, a perda de confiança crescente no Brasil, com redução dos investimentos, a demonização das privatizações e das parcerias com o setor privado e a carga tributária inibidora da produtividade brasileira. “Quando deveríamos estar aqui falando de expansão e crescimento, voltamos a falar de uma agenda do passado, que é a estabilidade da moeda. É quase uma década perdida”, afirmou.

Debate entre os candidatos

Durante o debate, que foi transmitido ao vivo, Eduardo Campos defendeu a necessidade do estado brasileiro fazer sua parte, que é dar infraestrutura para o agronegócio se desenvolver adequadamente, enquanto Aécio Neves acredita que é importante construir uma garantia de preços, sempre com compromisso de preservação ambiental.

Sobre as manifestações que ocorreram ontem em São Paulo durante as comemorações ao Dia do Trabalhador, Aécio confirmou que há uma distância entre os interesses da sociedade e o discurso de seus representantes. “Isso ocorre pela ausência de resposta efetiva do governo federal. Existe um desencanto enorme com grande parte dos atuais governantes e também com uma parte dos políticos de uma forma geral”, comentou.

Na opinião de ambos pré-candidatos, a população pede uma nova interlocução. “Eu e Marina queremos ser esses novos representantes da sociedade, que possam ouvir e representar seus interesses”, completou Campos. Segundo ele, a sociedade está mais exigente com todos os serviços públicos - saúde, educação, transporte – mas também com a representatividade, o que exige capacidade de diálogo com a população.

Jacques Wagner acrescentou, usando o jargão empresarial, que o Conselho de Administração do governo é a população brasileira, que tem que ser ouvida e gerida de forma adequada.

Aécio lembrou que não existe um plano nacional de segurança. “87% de tudo o que se gasta com segurança pública no Brasil são provenientes dos cofres dos estados. Isso precisa mudar para haver uma parceria efetiva da União com os estados”, afirmou.

Reforma tributária

“De projetos de reforma tributária o planalto está cheio. Assumo o compromisso de que a carga tributária não vai subir e que ela vai entrar em uma rampa descendente para chegar a 32%. Também devemos ter a consciência de que vamos fazer essa reforma de maneira fatiada e em oito anos entregar ao Brasil um sistema tributário eficiente”, defendeu Campos quando perguntado se faria a reforma tributária no primeiro ano de mandato.

Já Aécio dividiu a questão tributária em dois momentos: a simplificação do sistema nos primeiros meses e, depois, cuidar dos gastos do governo para conduzir uma reforma completa.

Em relação ao meio ambiente, Aécio afirmou que essa preocupação tem que estar presente em cada ação de qualquer área do governo. Marina Silva, candidata à vice-presidente na chapa de Campos, lembrou do grande problema ambiental pelo qual São Paulo está passando, à beira de um racionamento de água e também de um problema de energia com a baixa dos reservatórios.

“Temos que gerar emprego, renda, crescimento, mas isso não deve ser feito em prejuízo das florestas, da contaminação da água e do ar que respiramos. Nossa diretriz programática visa desenvolver o Brasil de uma forma sustentável”, afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente. Disse, ainda, que para isso é fundamental investir em tecnologia, inovação e conhecimento.

Sobre a saúde, o pré-candidato do PSB disse que sonha com um Sistema Único de Saúde que possa cobrir desde um atendimento simples a um transplante e também com um planejamento para cuidar da média complexidade e da prevenção.

Para o pré-candidato do PSDB, o maior gargalo neste setor é a falta de investimento humano e a fragilidade das Santas Casas, que carecem de um planejamento com gestão, metas e resultados. Defendeu também um sistema de desenvolvimento de carreira para os médicos.

Para finalizar, quando perguntados sobre as três ações que promoveram para mudar o estado que governaram, Aécio nomeou: os resultados na educação, com Minas Gerais atingindo a melhor educação básica do Brasil, segundo IDEB; a obrigatoriedade de uma certificação para a indicação a cargos públicos, melhorando a qualidade dos serviços; o sucesso das parcerias com setor privado, resultando na primeira PPP na área de rodovias e criando espaço para quem quisesse investir no estado; e que tudo isso se resume a uma boa aplicação do dinheiro público.

Campos destacou a criação do maior sistema de educação em tempo integral, sete anos ininterruptos de queda na violência e a promoção do desenvolvimento econômico do estado.



Marina diz acreditar em profundas diferenças entre as duas chapas

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Campos durante seu discurso de abertura do debate realizado nesta sexta-feira na Bahia

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