Como em todos os anos eleitorais, tudo o que ocorreu de errado em um governo aparece. Denunciados e investigados buscam desesperadamente justificar o que é injustificável, ou então utilizar a frase imortalizada no último governo “...mas eu não sabia de nada”.
Já está na hora dos pretendentes a cargo público de terem uma maior sinergia com o eleitor. Os atos e ações falhas devem ser corrigidas no momento em que são percebidas e não contar com a impunidade.
Mesmo no julgamento do mensalão vimos, perplexos, a tentativa de justificar situações com palavras e discursos que foram descritos pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, como “pífios”, ou seja, irrisório, ordinário, sem relevância.
O Brasil é carente de políticos que “falem e gesticulem menos” e passem a administrar com mais responsabilidade.
Dilma se encontra em verdadeiro papo de aranha, como uma mosca foi presa na armadilha de sua própria equipe de governo e de aliados. Vai ser difícil reverter, pois é sabido que reverter uma curva de queda é quase impossível.
O ex-presidente Lula conseguiu essa proeza nas eleições que o reelegeram para um segundo mandato. Na época em que veio a público o famigerado mensalão, sua equipe de comunicação trabalhou duro o interior do país, pois sabia dos problemas que enfrentaria nas capitais e regiões metropolitanas e, com grandes investimentos em propaganda, reverteu a curva que poderia levá-lo à derrota.
Em 2014, além dos escândalos já na pauta diária da imprensa, ainda teremos a Copa Mundial no Brasil. Caso ela seja um fracasso ou os movimentos de rua sejam mais encorpados, Dilma enfrentará um desgaste eleitoral sem precedentes.
O pior, para o governo, é que restam menos de 45 dias para que possam reverter a situação com base nos gastos com propaganda. O investimento, mesmo em grande escala com veiculações diárias em todos os jornais, revistas e rádios do interior brasileiro, o risco de insucesso continuará batendo à porta. Agora é esperar para ver como o governo Dilma irá reagir.
* Vicente Barone é analista político, editor chefe do Grupo @HORA de Comunicação, esteve à frente de diversas campanhas eleitorais, foi executivo de marketing em empresas multinacionais, palestrante nacional e internacional para temas de marketing e professor na área para 3º e 4º graus