Tem me incomodado, um pouco, as manifestações, de uma grande maioria. Veja. É comum, hoje em dia, o individuo estar mais preocupado com, ele ser ou pertencer a um grupo, do que ele se definir individualmente, em ter sua identidade. Nos dias atuais, parece-me, que o que importa mesmo é ter, um carro, um tênis ou qualquer outro bem, que nos iluda e nos “garanta” importância, mesmo que passageira.
Vejo nas disputas, dos espaços políticos, a busca pela polarização, tais como “... sou cristão...”, “...sou homossexual...”, e por ai vai. Prevalece a lógica mais fácil, que é a de identificar-se, como bom ou mal. Ou melhor, em sendo desta ou daquela religião, tolero, mas sinalizo que sou melhor e tenho a “verdade”. As pessoas se abandonaram, e não mais se encontram, em lugar algum, no meu ponto de vista, pois só conseguem, se afirmarem, se tiverem um rótulo ou coisas, tais como, carro, roupas de grife... Chegou-se ao absurdo, de em algumas oportunidades, o indivíduo, ao se apresentar, declarou-se homossexual, como se, o que ele assume, como prática sexual, o definisse com gente. E mais o que cada um, tem como preferência sexual, é uma decisão íntima, e não cabe nenhum, mérito ou demérito. Faço uma observação, também, quanto a escolha religiosa, pois professar ou não, qualquer uma, não definirá se você é bom ou mal. E não podemos nos submeter, a esta lógica, que polariza e não privilegia o entendimento, o acolhimento e a compreensão do outro.
Humanos é o que somos, e devemos perseguir a nossa humanidade. Precisamos resgatar o sentimento de “pertencimento”, de ser parte e, derrubarmos, estas fronteiras que nos aprisionam. Somos muito mais que qualquer “dogma” . Devemos ter a liberdade de acreditar no que quisermos, mas não podemos nos afastar de nossa humanidade. A fé de cada um, não deve ultrapassar dele, o indivíduo, posto que não temos, ainda, uma resposta que atenda a todas as nossas dúvidas. Mas em contrapartida, não podemos permitir, que se faça uso da polarização simplista, entre certo e errado. Polarização esta que dependendo dos interesses, ou mesmo, força econômica, se use, destes artifícios, para justificarem o uso da força, seja contra quem quer que seja.
Humanos... é o que somos...
* James Prado Gondim é advogado, voluntário na PEF - Programa "Escola da Família" e sócio da NetWay Digital
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