Inevitável e inadiável!

 

Opinião - 18/07/2003 - 17:40:16

 

Inevitável e inadiável!

 

Vicente Barone .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

É assombroso o que vemos. Não se examina o futuro, mas sim os interesses de “currais” eleitorais ou de certos grupos individualistas.

É assombroso o que vemos. Não se examina o futuro, mas sim os interesses de “currais” eleitorais ou de certos grupos individualistas.

Posto que inevitável, a reforma previdênciária em nosso País está sendo levada a vários planos de discussão e questionamento com freqüência equivocados. Inclusive e particularmente pelos que antevêem a privatização da previdência como único objetivo, antecipação que tem servido de mote para a mobilização nacional contrária. Talvez porque encaminhada ao Congresso sem ampla discussão com a sociedade, essa reforma padece do vício da ignorância. São incontáveis os depoimentos de contrários onde nada parece claro, exceto a decisão de ser contra, assim como de defensores que recorrem a figuras pouco convincentes, como a idéia de que tudo será diferente - para melhor, claro - com a aprovação da reforma. Não é bem assim nem para um lado, nem para o outro, e nisso talvez consista a fragilidade deste processo inevitável de mudança por que deverá passar a Previdência Social, abrigando um sério risco de que não passe de material de propaganda para as próximas eleições, retardando os avanços necessários para o País. Falta, sobretudo, clareza no discurso de todas as partes, até para que se admita, honestamente, mudança na forma de pensar a questão, ou incapacidade de pensar diferentemente. O que parece fundamental é que se deve expor clara e objetivamente que a reforma deve significar a consolidação de uma nova previdência para o setor público, a supletiva, através da qual seja possível preservar benefícios sem penalizar os cofres públicos. Pode-se questionar que historicamente os cofres públicos têm sido penalizados por más administrações, por furto, apropriação indébita, enriquecimento sem causa, lavagem de dinheiro e outras coisas que tais, muito em moda no mundo da criminalidade que aprofunda e robustece o descrédito na atividade pública, mas é inaceitável que as mudanças fiquem emperradas pela projeção do que poderia vir a acontecer, entendendo-se que o seu contrário também é verdadeiro, isto é, vir a não acontecer. Basta aceitar, como antídoto às previsões do pior, os esforços que vêm sendo feitos para combater o quadro da malandragem nacional, expondo-o como nunca foi feito antes, talvez por isso mesmo o escândalo em que o país parece mergulhar e ver-se sufocado. Resta, porém, o entendimento de que como contraponto ao lamaçal e que se busca construir o novo, em que se insere esta reforma previdenciária. Teme-se a roubalheira, que ela tome conta, também, das entidades de previdência supletiva que vierem a nascer? Assusta a possibilidade de que o seguro na velhice seja encampado pela voracidade de entidades de fins lucrativos, fazendo da grande massa de servidores meros contribuintes ao maior enriquecimento de uns poucos? Que seja construída uma moldura legal capaz de proteger a sociedade, na forma com que se vem manifestando, por exemplo, através do Código de Defesa do Consumidor, tendo como agente essa magnífica geração de promotores de Justiça que efetivamente se fazem fiscais da lei. O fundamental é o entendimento de que a construção de uma nova previdência tem que considerar os interesses de todos e deve se concretizar logo, mesmo correndo o risco da preservação de ilhas de privilégio, construídas a partir de planos elitistas que venham a proteger servidores de maiores salários. Diante dos medos, das dívidas, da possibilidade real de se ter em futuro próximo o aprofundamento das contradições, cumpre exigir, inclusive dos que se opõem por antecipação, a cobrança de que a nova ordem previdenciária tenha um lastro legal, político e social imune aos que têm como única meta na vida tirar proveito dos recursos públicos.

É assombroso o que vemos. Não se examina o futuro, mas sim os interesses de “currais” eleitorais ou de certos grupos individualistas.

É assombroso o que vemos. Não se examina o futuro, mas sim os interesses de “currais” eleitorais ou de certos grupos individualistas.

É assombroso o que vemos. Não se examina o futuro, mas sim os interesses de “currais” eleitorais ou de certos grupos individualistas.

É assombroso o que vemos. Não se examina o futuro, mas sim os interesses de “currais” eleitorais ou de certos grupos individualistas.

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