'Dois pesos, duas medidas': possível contradição de procurador do STJD municia Portuguesa

 

Esporte - 13/12/2013 - 14:48:06

 

'Dois pesos, duas medidas': possível contradição de procurador do STJD municia Portuguesa

 

Da Redação com R7

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Para Paulo Schmitt, vídeo que mostra possível contradição está descontextualizado e "se assemelha a algo montado ridículo"

Para Paulo Schmitt, vídeo que mostra possível contradição está descontextualizado e "se assemelha a algo montado ridículo"

Ameaçada de rebaixamento por ter escalado um jogador irregular na última rodada do Campeonato Brasileiro, a Portuguesa ganhou um novo argumento para a batalha jurídica que se inicia na próxima segunda-feira (16), com o julgamento do caso no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Um vídeo postado na internet mostra um possível discurso contraditório do procurador-geral da entidade, Paulo Schmitt, o mesmo que denunciou a equipe paulista recentemente (assista ao vídeo no final da matéria).

Em 2010, chegou-se a cogitar a possibilidade de o Fluminense perder três pontos no Brasileirão devido à suposta escalação irregular do jogador Tartá na 35ª rodada, contra o Goiás – a punição seria baseada em um precedente aberto em um caso envolvendo o Duque de Caxias (leia mais abaixo). Fosse penalizado, o time carioca terminaria o campeonato com 68 pontos, um a menos que o Cruzeiro, e assim perderia o título que conquistou na bola.

Entrevistado pelo canal “SporTV” sobre o assunto ao término daquela disputa, Schmitt explicou o porquê não denunciar o caso do Fluminense:

"Não acredito que haja condição moral, digamos assim, disciplinar até (de se punir o Flu). Pode ter técnica, na técnica do processo, na técnica jurídica com base em uma jurisprudência, mas moralidade, disciplinar e tudo... rediscutir o título que foi conquistado no campo de jogo, da forma como foi, agora abrindo um precedente… Essa decisão poderia ser em algum momento revista, mas isso seria um caos", disse o procurador do STJD.

O problema é que, agora, os defensores da Portuguesa veem semelhanças entre os dois casos. Para eles, também não existe moralidade na retirada de quatro pontos da equipe, já que a escalação do meia Heverton, pivô da confusão, aos 32 minutos da partida contra o Grêmio não influenciou o resultado da partida e nem do campeonato. E acusam Schmitt de ter mudado de opinião de acordo com os novos interesses, já que em recentes entrevistas, o procurador declarou que "se clubes não puderem perder pontos quando culpados, passa a ideia de que se faz julgamento político, e não técnico".

Ao jornal "Folha de São Paulo", ele, inclusive, chegou a declarar:

"Eu não tomo a decisão, quem julga é o tribunal. Mas, infelizmente para a Portuguesa, que é um clube pelo qual tenho simpatia, eles infringiram o regulamento e terão de arcar com isso. Não vejo escapatória", disse Paulo Schmitt.

Sendo assim, os fãs da Portuguesa questionam: se em 2010 a questão moral deveria influenciar o julgamento, por que agora o mesmo não ocorre?

Schmitt se defende

Através de sua página no Facebook, Paulo Schmitt se manifestou sobre o vídeo:

"Trata-se de uma fala descontextualizada, mais se assemelhando a algo montado ridículo. E sobre minha fala na defesa do critério técnico e resultado de campo, como fica? Lógico que deve prevalecer resultado de campo que, vale registrar, também é obtido com o cumprimento de penas, doa a quem doer e em qualquer fase da competição", afirmou.

Ele continuou:

"O jogador em referência, do Fluminense (Tartá) coincidentemente, à época foi julgado, punido pelo tribunal e não cumpriu, como no caso da Portuguesa em 2013? Não e não! E como ficam dezenas de atletas nesse campeonato que desfalcaram suas equipes apenas pelo fato de terem cumprido a lei e suas penalidades? Apenas Flamengo e Portuguesa não cumpriram na série A desse ano lembre-se. Lamentável. Isso é que é critério técnico que qualquer um deveria defender. Cumprir sua pena. Ah, mas a Portuguesa não precisa, afinal ela vai salvar o Fluminense! Sejam os críticos mais criativos, por favor... Não é assim que vão convencer quem julga, pois eu não julgo!!!"

Entenda o caso Tartá

A suposta irregularidade na escalação do meia Tartá na 35ª rodada do Brasileiro de 2010, contra o Goiás, aconteceu porque ele tomou cartão amarelo pelos dois clubes que defendeu naquele Brasileirão, o Atlético-PR e o Fluminense.

Na ocasião, o regulamento previa que um atleta que somasse três cartões amarelos deveria ser suspenso da partida seguinte. Foi o que aconteceu com Tartá na partida contra o Grêmio, na 34ª rodada, já que ele havia levado dois amarelos quando ainda defendia o Furacão (contra o Guarani na segunda rodada e contra o Vitória, na sétima) e um já no Flu, contra o próprio Atlético-PR, na 31ª rodada.

Sendo assim, ele ficou fora da partida contra o Grêmio, na 32ª rodada. De volta ao time, Tartá tomou cartões na 33ª e na 34ª rodadas, respectivamente contra o Inter e o Vasco, e jogou normalmente na 35ª diante do Goiás.

O problema é que, na Série B daquele ano, o STJD abriu um precedente perigoso envolvendo o Duque de Caxias. Isso porque a equipe do Rio de Janeiro foi absolvida pela entidade por ter escalado irregularmente o jogador Leandro Chaves contra o Icasa. A princípio, o atleta não poderia estar em campo, já que havia tomado um cartão amarelo pelo Ipatinga, seu primeiro clube naquele campeonato, e outros dois quando já defendia o Duque.

Se fosse punido, os pontos perdidos pelo Duque fariam o clube ser rebaixado no lugar do Brasiliense, mas o STJD decidiu não punir os cariocas, que alegaram não saber do cartão que Leandro Chaves tomou quando ainda estava no Ipatinga. 

Desta forma, o cartão tomado por ele no time mineiro acabou ignorado. Caso a mesma regra fosse aplicada do Flu na Série A do mesmo 2010, os cartões do meia pelo Furacão também deveriam ser “esquecidos”, de maneira que o terceiro cartão dele seria o tomado diante do Vasco e não o do jogo contra o Atlético-PR. Ou seja, a punição teria que ser cumprida contra o Goiás, jogo no qual Tartá participou normalmente.

Maior beneficiado caso o Fluminense fosse punido, o Cruzeiro decidiu não levar o caso adiante à época e já avisou que continuará sem fazer isso agora.

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