Muito se fala na atualidade da importância da cultura e do engajamento das pessoas para aumento de produtividade, geração de resultados, e motivação. Mas de fato, o que é a cultura?
Cultura é o conjunto de crenças e valores de uma Organização. Este conjunto de crenças e valores é que determina a escolha das pessoas certas, o engajamento das pessoas com o negócio, a geração de resultados superiores e a possibilidade de realizar o “sonho”, que a é a visão de longo prazo da Empresa.
Posso dizer que tive oportunidade de trabalhar em Organizações onde a cultura era muito clara, sem qualquer conotação de “boa” ou “ruim”. Sem dúvida nestes locais onde a cultura está “impregnada” nos colaboradores é onde a Empresa tem melhores resultados e atinge mais rapidamente sua visão.
Já em outras empresas, onde não há uma cultura clara, nem alinhamento da alta administração com os demais níveis, e as lideranças não estão engajadas a ter a postura de “donos” ou divulgadores da cultura, nestes casos, os resultados nunca formaram uma curva constante de crescimento, pelo contrário, formavam sim um desenho de “serrote”, com altos e baixos e uma tendência muito lenta de resultados melhores ano apos ano.
A cultura “vencedora”, em minha experiência, é aquela que gera nas pessoas o senso de “dono”, em um ambiente em que os profissionais são cobrados pela qualidade, resultados e superação de suas metas. Esse mesmo local deve promover também uma política de remuneração e planos de retenção agressivos para alavancagem de carreiras, ambientados em uma atmosfera de inovação, criatividade e autonomia.
Isto não significa que empresas que tem culturas mais conservadoras, que não cobram a superação de resultados das pessoas e sim o cumprimento de suas rotinas e padrões, não sejam organizações de sucesso. Podem sim ser sucesso dentro do que a Organização define como sua ambição ou visão.
E o que faz com que uma Organização seja mais ou menos produtiva ou de melhores resultados? Grande parte dessa resposta está na habilidade de ter as pessoas certas, para a cultura certa, ocupando as posições certas, além da habilidade de formar lideres, e sucessores prontos para assumir posições desafiadoras, e de gerar uma cultura para o aprendizado e desafio constante.
A resposta parece simples, mas na verdade poucas organizações se preocupam com isto, e de fato muitas delas buscam “copiar” modelos vencedores e tentam implantar a “fórceps” estes modelos. Na maior parte dos casos isso não funciona, pois um engajamento efetivo e uma cultura vencedora somente permeia uma Organização, caso seus lideres atuais estejam totalmente alinhados com as crenças e valores e, mais do que isso, eles mesmos atuarem como exemplo.
Além de vestirem essa camisa, esses líderes precisam se dedicar em tempo integral na busca de pessoas próxima desse ideal, também desafiá-los a superar sua performance, entender as diferenças individuais e culturas, e se adaptar em um ambiente mais flexível, versátil, menos rígido, e com diversidade cultural instada.
* Josué Bressane Junior - Socio- Diretor da Gemte Consulting
