Mensalão: ministros rejeitam preliminares dos advogados de defesa

 

Nacional - 14/08/2013 - 11:16:21

 

Mensalão: ministros rejeitam preliminares dos advogados de defesa

 

Da Redação com agências

Foto(s): José Cruz / Abr

 

Ministros Marco Aurélio Mello (esq.) e Ricardo Lewandowski (dir.) participam do primeiro dia de julgamento dos recursos do mensalão

Ministros Marco Aurélio Mello (esq.) e Ricardo Lewandowski (dir.) participam do primeiro dia de julgamento dos recursos do mensalão

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram nesta quarta-feira, por maioria, todas as preliminares apresentadas pelos advogados dos condenados na primeira sessão de julgamento dos recursos do mensalão. As preliminares são um tipo de recurso que questiona aspectos técnicos do julgamento, mas não têm poder de alterar as penas. 

Logo no início da sessão, o relator da ação penal e presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, destacou que iria encerrar a questão das preliminares para em seguida começar o julgamento individualizado dos embargos de declaração apresentados pelos condenados. O primeiro a ser analisado, no entanto, será o de Carlos Alberto Quaglia, que teve seu processo desmembrado e enviado à primeira instância.

A primeira preliminar analisada pelos ministros foi um pedido dos advogados de José Dirceu, José Roberto Salgado, Roberto Jefferson, Ramon Hollerbach, Henrique Pizzolato e Pedro Henry para que os embargos de declaração fossem distribuídos para o ministro que sucedeu Carlos Ayres Britto, que no caso seria Luís Roberto Barroso. Barbosa afirmou que, pelo regimento interno do Supremo, cabe a ele se manter como relator. A posição foi seguida pelos outros ministros.

O segundo ponto foi pedido pelas defesas de Marcos Valério, Simone Vasconcelos, José Dirceu, Delúbio Soares, Romeu Queiroz, Vinícius Samarane, Kátia Rabello, José Claudio Genu, Cristiano Paz, Pedro Corrêa, José Borba e Pedro Henry. Eles queriam que o acórdão do julgamento do mensalão fosse anulado devido à ausência de trechos de debates e votos no documento, especialmente dos ministros Luiz Fux e Celso de Mello, e da falta de identificação de uma parte do voto da ministra Rosa Weber. Para Barbosa, o cancelamento no acórdão de falas proferidas durante o julgamento não compromete a compreensão da decisão tomada pela corte.

"Não há que se falar em omissão causada pelo cancelamento de algumas notas taquigráficas relativas às intervenções orais dos ministros desta Corte. O mesmo se diga em relação à falta de identificação de alguns votos vogais. A identificação é possível por meio da própria leitura do acórdão embargado, que evidencia que o voto foi proferido pela ministra Rosa Weber, até porque os demais votos estão identificados e a sequência dos debates também o revela. Não se trata de obscuridade que impeça a compreensão do acórdão até porque o julgado está claramente posto", disse Barbosa. 

A preliminar foi acatada apenas pelo ministro Marco Aurélio Mello. Para ele, depois que os ministros proferem seus votos, eles não pertencem mais aos magistrados, mas sim aos anais do tribunal. Dessa forma, precisam ser claros e disponibilizados na íntegra. A posição de Marco Aurélio, no entanto, ficou vencida.

Joaquim Barbosa rejeitou ainda a alegação de que réus sem foro privilegiado tiveram a defesa cerceada por serem julgados diretamente no Supremo Tribunal Federal, em vez de terem a ação analisada pela primeira instância. Marcos Valério, Delúbio Soares, José Genoino, Ramon Hollerbach e Enivaldo Quadrado fizeram esse pedido, mas Barbosa argumentou que a matéria já foi analisada pela Corte e que a maioria decidiu que não caberia desmembrar o processo. 

"O que se tem é a tentativa de eternizar a discussão acerca de um tema já apreciado diversas vezes pelo plenário, inclusive no primeiro dia do julgamento dessa ação penal", acrescentou o presidente do Supremo.

A quarta preliminar, também rejeitada por todos os ministros, questionava a metodologia definida durante o julgamento. Pedro Corrêa, José Roberto Salgado, José Genoino e Kátia Rabello alegaram que o julgamento teria sido prejudicado pela forma como foi feita a dosimetria - Barbosa fatiou o julgamento em capítulos, mas na hora da dosimetria das penas, inverteu alguns deles. "Querem impor sua concepção acerca da metodologia que lhes seria mais adequada", criticou o relator, sendo seguido pelos colegas.

O último questionamento, feito apenas pelas defesas de José Claudio Genu e Pedro Corrêa, pedia a nulidade do voto do ministro Carlos Ayres Britto. Ele se aposentou antes de apresentar a dosimetria sobre todos os pontos analisados no julgamento, mas Barbosa argumentou que o plenário já havia rejeitado questão de ordem apresentada ainda no ano passado por um dos advogados.

A sessão continua com a discussão sobre os embargos de declaração. Apenas o ministro Teori Zavascki não está presente. Na última segunda-feira, sua mulher, Maria Helena Marques de Castro Zavascki, morreu em decorrência de um câncer.

Novato no STF, ministro Roberto Barroso (dir.) participou pela primeira vez de uma sessão do julgamento do mensalão

Novato no STF, ministro Roberto Barroso (dir.) participou pela primeira vez de uma sessão do julgamento do mensalão

Ministro Luiz Fux se prepara antes de julgamento no STF

Ministro Luiz Fux se prepara antes de julgamento no STF

Links

...Continue Lendo...

...Continue Lendo...

Vídeo