O dólar fechou em alta e voltou ao patamar de R$ 2,30 nesta segunda-feira, alimentando expectativas de atuação do Banco Central (BC), diante da apreensão sobre a economia brasileira e sobre as perspectivas para a política monetária dos Estados Unidos. A moeda americana subiu 0,68%, para R$ 2,3035 na venda. É o maior nível para a divisa no fechamento desde 31 de março de 2009, no auge da crise financeira internacional, quando ficou em R$ 2,319. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,9 bilhão.
"A pergunta não é 'por que subiu?', é 'por que não subiria?'. Todos os fatores, tanto lá fora quanto aqui dentro, contribuem para que o investidor tire dinheiro daqui", afirmou o operador de uma corretora brasileira sob condição de anonimato.
Economistas de instituições financeiras reduziram as perspectivas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2013, ao mesmo tempo em que pioraram a projeção para a inflação nos próximos 12 meses, de acordo com a pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira.
Segundo analistas, o frágil cenário econômico brasileiro leva investidores a fazerem hedge para se proteger da esperada valorização da moeda americana. Essas operações, por sua vez, pressionam para cima o dólar, alimentando expectativas de novos leilões do BC caso a divisa se sustente em patamares acima de R$ 2,30, o que pode ser inflacionário.
No último pregão, o BC fez novo leilão de swap cambial tradicional - equivalente à venda de dólares no mercado futuro - o que ajudou a moeda americana a fechar em baixa, encerrando cinco sequências de alta.
Os investidores ainda estavam em alerta sobre o Federal Reserve, banco central norte-americano, e se ele poderá manter seu programa de estímulos por um período mais prolongando, continuando a injetar 85 bilhões de dólares mensais nos mercados internacionais.
Na sexta-feira, diante do dados piores no mercado de trabalho nos Estados Unidos, o mercado entendeu que o programa poderia durar mais, mas continuava à espera de mais dados econômicos para confirmar as impressões. "A economia dos Estados Unidos vai trazer consequências, para o bem ou para o mal, durante sua recuperação", disse o operador de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo.
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