A campanha de 2014 que irá levar às urnas os eleitores para escolherem seus representantes que ocuparão cargos executivos e legislativos (presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual) já está a pleno vapor.
A lei eleitoral fala de campanha antecipada, mas não há qualquer respeito por parte dos postulantes a esses cargos. O ex-presidente Lula, apesar de na última eleição majoritária à presidência da república ter sido multado diversas vezes pelo TSE por propaganda antecipada da atual presidente Dilma, percebeu que o montante pago é muito pouco diante do que está em jogo. Este ano já começou com o lançamento da candidatura de Dilma à reeleição e não falta atos e ações que demonstrem essa antecipação.
Os concorrentes diretos de Dilma e dos governadores perceberam que precisam agilizar suas campanhas senão perderão espaço. Praticamente todos os possíveis candidatos já escolhidos, porém não homologados, aparecem frequentemente em programas de seus partidos na TV e no rádio onde falam sobre suas realizações e de como podem mudar o futuro do eleitor.
No último programa do PT, em horário gratuito, no Estado de São Paulo, o ex-presidente Lula disse na inserção de 30 segundos: “Temos sido o partido que mais fez pelo Brasil. Tá na hora, agora, da gente ser também o partido a fazer mais por todo o Estado de São Paulo”, e encerra com o slogan: “o partido que mais fez pelo Brasil vai fazer mais por São Paulo”.
Interlocutores de partidos aliados do governador Alckmin também iniciaram suas peregrinações no intuito de convencer os “caciques” de seus partidos a apoiarem o escolhido por Lula e Dilma para disputar o governo paulista.
Frank Aguiar (PTB), vice-prefeito de São Bernardo do Campo, teve um encontro com o deputado Campos Machado, presidente estadual do PTB, que é seu padrinho de casamento. O cantor, que é aliado do petista Luiz Marinho, alertou ao colega de partido, que integra a base de apoio a Geraldo Alckmin, dizendo que “qualquer poste ganha a eleição de Alckmin em 2014”.
Campos Machado, sem perder o humor respondeu, colocando um ponto final naquela conversa: “Meu querido afilhado, não se esqueça de que não há mais postes disponíveis para disputar a eleição. O estoque se esgotou em 2010 e 2012” (publicado na Folha de São Paulo).
Mas muitas outras medidas, claramente eleitoreiras, estão sendo praticadas. A redução do valor a ser pago pelo cidadão na conta de luz, a desoneração de impostos e contribuições federais sobre a cesta básica, o aumento no volume de beneficiários do bolsa-família dentre tantos outros, demonstram que estamos apenas no começo da guerra. Batalhas, em formato de guerrilhas, serão travadas durante todo o segundo semestre de 2013 e, em 2014, as trincheiras serão abandonadas e a guerra estará declarada. A Copa do Mundo poderá ser uma grande ‘carta na manga’ dos governos ou, então, um abismo eleitoral.
Agora é esperar para ver quem terá vantagens e quem carregará as desvantagens para as urnas em outubro de 2014.
* Vicente Barone é analista político, editor chefe do Grupo @HORA de Comunicação e foi professor de Marketing para 3º e 4º graus.