A jovem Driele Pedroso Lucas, 23 anos, morreu às 7h desta quinta-feira no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS). Natural de Santa Maria, ela estava internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital desde o incêndio na Boate Kiss, em 27 de janeiro, que deixou mais 240 mortos.
A irmã dela, Ritiele Pedroso Lucas, 19 anos - primeira colocada no vestibular para Ciências Biológicas na Unversidade Federal de Santa Maria (UFSM) - permanece internada, também na CTI do Hospital Mãe de Deus. Ao todo, 20 pessoas ainda estão internadas em hospitais do Rio Grande do Sul, buscando recuperação após a tragédia de Santa Maria.
Incêndio na Boate Kiss
Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou mais de 230 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.
Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.
Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.
Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.
Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.