2002 em retrospectiva

 

Opinião - 07/01/2003 - 16:16:02

 

2002 em retrospectiva

 

Márcio C. Coimbra (*) .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Mais um ano termina e outro se inicia. As avaliações daquilo que passou, como fazemos todos os anos neste espaço, já se tornou um hábito. Não poderíamos deixar de lembrar do que já é passado e inserir perspectivas para o novo ciclo que começa. No final do último ano, o mundo ainda se recuperava do brutal assassinato em massa proporcionado por terroristas em Nova Iorque e Washington. O Brasil se preparava para entrar em um ano de eleições e Copa do Mundo. Arafat parecia sem saída no Oriente Médio e a vizinha Argentina agonizava durante as sucessivas trocas de comando no país. Enxergávamos em 2002 um ano de esperanças, reconstrução e estabilidade. A América Latina passou por um período de mudanças. O ano começou com a paralisia argentina. Buenos Aires vivia dias de eminente guerra civil. O Congresso Nacional chamou o senador peronista Eduardo Duhalde para ocupar a Casa Rosada. O país passou um ano difícil, evidenciado pela degradação da situação econômica. Deseja-se sensatez, mais do que qualquer coisa para nossos vizinhos. Melhores notícias vieram da Colômbia, que elegeu Álvaro Uribe, o primeiro líder em anos realmente determinado a acabar com o terror e o tráfico produzidos pela narcoguerrilha comunista Farc. Outra boa notícia veio de Montevidéu, quando o presidente uruguaio Jorge Battle rompeu relações com o governo ditatorial cubano depois que Castro classificou-o como “tresnoitado e abjeto Judas”, simplesmente porque o Uruguai apresentou moção sugerindo a presença de inspetores da Comissão de Direitos Humanos da ONU em Cuba em razão de denúncias de tortura na ilha.. Enquanto isso, na Venezuela, um combalido Chávez, tenta se manter no poder em um país que agoniza em meio a uma grave crise política. Os Estados Unidos assistiram a consolidação da liderança do presidente Bush, que levou o Partido Republicano a uma vitória histórica e consagradora nas urnas, chancelando suas políticas domésticas e internacionais, especialmente na luta incansável contra o terrorismo, e asfaltando o caminho para sua reeleição. A Europa passou por importantes transformações. Parece que aos poucos o Velho Mundo percebe que as práticas intervencionistas da socialdemocracia e do socialismo não geram bem estar. A prova cabal está no Palácio de la Moncloa, na Espanha, onde José Maria Aznar conduz um país que produz os melhores índices europeus. A receita do liberal Aznar, que ocupou a Presidência rotativa da União Européia durante seis meses em 2002, se espalhou pela Europa. Governos sintonizados com os mesmos valores foram eleitos por quase todo o continente, à exceção da Alemanha, que saiu extremamente dividida de um pleito acirrado onde o socialdemocrata Schröder venceu Edmund Stoiber pela menor margem eleitoral já vista naquele país. Já Portugal, se credencia para o êxito com a eleição de Durão Barroso para o cargo de primeiro-ministro, seguindo a trilha do vizinho Aznar. O Brasil viveu momentos políticos difíceis durante a eleição que resultou na eleição de Lula para a Presidência na sua quarta tentativa. O Presidente apresentou um corpo de ministros em que há preponderância geral do seu partido, o PT, que abrigará 75% das verbas do orçamento, enquanto os aliados ficarão com 25%. Os prognósticos mostram que 2003 não será um ano fácil. Todavia, há esperança, visto que esta “venceu o medo”, não é verdade? Não devemos esquecer que o sucesso que Lula, neste momento, se confunde com o sucesso do Brasil. Além de eleições, vivemos a alegria do Penta conquistado do outro lado do mundo, conduzido pelas hábeis mãos de Felipão e de um elenco que mostrou dedicação, perseverança e trabalho em equipe. Foi, também, a Copa dos três R´s: Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho. Sem dúvida um orgulho para todos nós. Enfim, caro leitor, espera-se que 2003 seja melhor do que ano que terminou, que seja um período de renovação, construção e paz, sempre sob o manto da liberdade. (*) Márcio Chalegre Coimbra é advogado na área de Direito Internacional. marcio.coimbra@uol.com.br

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