As chuvas de verão que são comuns nos fins de tarde nas cidades paulistas viram um pesadelo para muitos. A capital, por exemplo, não tem estrutura para enfrentar grandes volumes de água e sente durante dias o reflexo de um temporal típico da estação. São comuns alagamentos, árvores caídas, semáforos inoperantes, congestionamentos e até mortes. Somente com a chuva de sexta-feira (22) à noite, duas pessoas morreram, uma mulher na rodovia dos Imigrantes e outra, uma criança em São Sebastião, no litoral.
Números da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil mostram que, desde o começo de fevereiro, outras duas mortes foram causadas por causa da chuva. Em Taquaritinga, na região de Araraquara, uma criança de cinco anos morreu depois de sair da escola e ser arrastada pela enxurrada, no dia 7. Uma semana depois, um homem de 57 anos foi arrastado pela correnteza, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. O corpo dele foi encontrado em uma galeria de águas pluviais.

Os meteorologistas previam chuva forte para São Paulo na sexta-feira (22). O temporal causou estragos, principalmente, na região da Serra do Mar e no litoral. Em Santos (foto), diversas ruas ficaram alagadas.

Uma das cidades mais atingidas foi Cubatão — a 56 km da capital —, onde ao menos 256 pessoas precisaram ser levadas para abrigos por terem as casas invadidas pela água.

Na rodovia dos Imigrantes, em São Vicente, a forte chuva do fim da tarde de sexta-feira (22) causou desmoronamento de terra. Uma enxurrada invadiu a pista sentido São Paulo, arrastou e danificou 24 veículos. Uma mulher morreu depois de sair do carro e ser arrastada pela água. As autoridades e a concessionária que administra o sistema Anchieta-Imigrantes atribuíram o acidente ao grande volume de água.
Em São Sebastião, no litoral do Estado, uma criança de 11 anos morreu arrastada por um córrego que transbordou, no bairro Boiçucanga. A cidade registrou nove pessoas desabrigadas por causa do temporal, que atingiu também outros municípios da região.