Assembleia Legislativa de SP aprova limites para publicidade infantil e comercialização casada

 

Economia - 09/01/2013 - 13:09:25

 

Assembleia Legislativa de SP aprova limites para publicidade infantil e comercialização casada

 

Da Redação com Folha de SP

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Os projetos ainda aguardam sanção do governador Geraldo Alckmin.

Os projetos ainda aguardam sanção do governador Geraldo Alckmin.

Dois projetos de lei aprovados na Assembleia Legislativa de São Paulo podem proibir a venda de alimentos acompanhados de brinquedos e restringir a publicidade de junk food dirigida a crianças no Estado. Os projetos ainda aguardam sanção do governador Geraldo Alckmin.

O PL 1.096/2011, do deputado estadual Alex Manente (PPS), que proíbe a venda de alimentos com brindes, prevê a aplicação de multa em caso de descumprimento, com base no Código de Defesa do Consumidor (de R$ 400 a R$ 6 milhões). Segundo a justificativa do deputado, o alvo da lei são as refeições infantis com brinquedos das redes de fast food (Leia a íntegra do projeto de lei do deputado Alex Manente - PPS AQUI).

Já o PL 193/2008, do deputado Rui Falcão (PT), prevê a proibição da veiculação de anúncios de alimentos “pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio no rádio e na TV”, entre as 6 e as 21h. No horário permitido, o anúncio deverá ser seguindo de avisos sobre os males da obesidade. O texto não especifica quais alimentos seriam atingidos pelas regras.

A aprovação dos projetos vem dois anos depois da publicação de uma regulamentação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que previa a exigência de alertas em anúncios de alimentos com muito sódio, gordura e açúcar. A regra foi contestada na Justiça e não entrou em vigor.

Para Mariana Ferraz, advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), as empresas devem contestar esses projetos na Justiça caso sejam sancionados, ainda que, para o instituto, os textos sigam o Código de Defesa do Consumidor. ”Toda publicidade que tem como interlocutor a criança é abusiva. Mas é necessária uma regulamentação, dizer quais alimentos são considerados não saudáveis”.

Um dos pontos que podem ser questionados pelas empresas é o fato de que as leis estão na esfera estadual e não federal. Mas, segundo André Ramos Tavares, professor de direito público da PUC-SP, como a restrição prevista para a publicidade é só de horário e não há proibição, isso não interfere na competência federal de legislar sobre o tema.

Isabella Henriques, diretora do Instituto Alana (ONG de defesa dos direitos da criança), diz acreditar que os projetos vão entrar em vigor. ”Toda a discussão sobre o tema mostra um interesse da sociedade para uma regulação mais forte quanto à publicidade infantil e a venda de alimentos com brindes”. Segundo Henriques, a proibição total da publicidade reduziria o número de crianças obesas em 14% a 33%. O dado é de um estudo publicado na revista médica “European Journal of Public Health”.

O Procon-SP já havia multado o McDonald's, rede de lanchonetes de comida rápida (fast food), no final de 2011, em R$ 3,192 milhões pela prática de venda de alimentos com brinquedos, no conjunto conhecido como McLanche Feliz. A multa partiu de denúncia do Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, organização não governamental (ONG) que trata de consumo infantil.

Campanha lançada no início de janeiro de 2013

OUTRO LADO

Em nota, a ANR (Associação Nacional de Restaurantes) afirmou estar acompanhando o andamento dos projetos e que estuda possíveis medidas. A Burger King afirma que, se os projetos foram sancionados, vai cumprir suas determinações. A Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) preferiu não se manifestar. O McDonald’s diz que cumpre a legislação. 

Posição do McDonald’s sobre a nova lei aprovada, do deputado Rui Falcão, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo em nota enviada pela assessoria de imprensa:

"Por se tratar de uma questão setorial, a companhia não tem como opinar em nome do setor, mas esclarece que sempre cumpriu rigorosamente todas as diretrizes legais e comercializa, desde 2006, os brinquedos separadamente, sem obrigatoriedade de consumo".

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