No primeiro dia da greve dos bancários, 5.132 agências e centros administrativos foram fechados no País, segundo informou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nesta terça-feira. De acordo com a entidade, o balanço foi feito com base nos dados enviados até as 17h30 por 137 sindicatos.
A entidade diz que a paralisação por tempo indeterminado começou com mais força do que a do ano passado, quando 4.191 agências foram paralisadas no primeiro dia de greve.
Especificamente em São Paulo, 651 locais de trabalho, sendo 21 centros administrativos, fecharam nesta terça-feira, segundo dados do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A entidade estima que cerca de 20 mil trabalhadores participaram das paralisações.
Os bancários aprovaram greve por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em todo o País no dia 12 de setembro. A categoria rejeitou a proposta dos bancos, de reajuste de 6%, que foi considerado insuficiente. Os bancários reclamam da falta de diálogo e negociação com as instituições financeiras.
"Esse longo silêncio dos banqueiros é que levou à greve. Continuamos abertos à retomada das negociações e aguardamos que a Fenaban (representante dos bancos) rompa o silêncio apresente uma proposta decente para apresentarmos às assembleias. Se isso não ocorrer, vamos intensificar a mobilização e fazer a maior greve dos últimos anos para garantir avanços econômicos e sociais", afirmou em nota Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
A categoria quer reajuste salarial de 10,25%, com 5% de aumento real, e o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4,961,25 fixos. A categoria também exige a criação de planos de cargos, carreiras e salários para todos os bancários, entre outras reivindicações.
Ontem, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) - braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) - afirmou que aprofundou a discussão das cláusulas sociais e econômicas e que apresentou, em 28 de agosto, uma proposta que prevê reajuste salarial de 6%, correspondente à reposição da inflação e aumento real, "que corrigirá salários, pisos, benefícios e Participação nos Lucros e Resultados (PLR)", entre outras mudanças.
Como agir durante a greve:
Em virtude da greve, o consumidor não perde a obrigação de pagar contas, boletos ou qualquer tipo de cobrança. Segundo informou o Procon-SP, as empresas credoras devem oferecer outras formas e locais para que os pagamentos sejam efetuados.
Para efetuar o pagamento de contas antes do vencimento, o consumidor pode utilizar os caixas eletrônicos, bancos 24 horas, internet banking, aplicativos de celular e tablets, correspondente bancário em lotéricas, agências dos Correios e supermercados, ou débito automático. Após o vencimento, os boletos podem ser pagos apenas no correspondente bancário em lotéricas, agências dos Correios e supermercados.
Os saques ficam limitados a R$ 1 mil por dia no caixa eletrônico, banco 24 horas, correspondentes bancários em lotéricas, agências dos Correios e supermercados. Aos correspondentes bancários também são limitados os saques em três transações por dia.
A consulta de extratos e saldo pode ser feita por meio dos caixas eletrônico, banco 24 horas, internet banking, aplicativo de celular e tablets, telefone, correspondente bancário, lotéricas ou agências dos Correios. A retirada de talão de cheques é feita ou no caixa eletrônico ou por meio do internet banking, assim como o bloqueio ou desbloqueio de cartões.