Embaixada e consulados dos EUA no Brasil reforçam segurança

 

Internacional - 12/09/2012 - 12:05:34

 

Embaixada e consulados dos EUA no Brasil reforçam segurança

 

Da Redação com BBC Brasil

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Os prédios da Embaixada dos EUA em Brasília e dos consulados norte-americanos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Recife reforçaram os esquemas de segurança, seguindo as orientações de Obama

Os prédios da Embaixada dos EUA em Brasília e dos consulados norte-americanos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Recife reforçaram os esquemas de segurança, seguindo as orientações de Obama

Os prédios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília e dos consulados norte-americanos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Recife reforçaram os esquemas de segurança, seguindo as orientações do presidente Barack Obama. A medida foi definida ontem, após a confirmação da morte do embaixador norte-americano na Líbia, Christopher Stevens, e de mais três funcionários, depois do ataque ao consulado em Benghazi.

De acordo com assessores da embaixada norte-americana em Brasília, não há registros de ameaças às representações diplomáticas dos Estados Unidos no Brasil. Porém, por cautela, o esquema de segurança foi reforçado. Segundo assessores, as atividades da embaixada e dos consulados não sofreram alterações e estão mantidos a emissão de vistos, o agendamento de entrevistas e demais consultas.

O filme, que também foi colocado na internet, de acordo com investigações preliminares, foi produzido por um californiano de 52 anos chamado Sam Bacile e promovido por um expatriado egípcio copta que prega o cristianismo. Os dois são descritos como indivíduos com posturas críticas ao Islã. Um trailer do filme foi postado no YouTube e traduzido para o árabe.

A onda de ataques levou os Estados Unidos a enviar fuzileiros navais para a Líbia. Agentes do FBI, o serviço de inteligência norte-americano, viajaram para vários países do Oriente Médio em busca de informações sobre os líderes dos movimentos.

Os ataques às embaixadas e aos consulados dos Estados Unidos eclodiram há dois dias desde que veio à tona um filme interpretado pelos muçulmanos como desrespeitoso ao profeta Maomé e ao Islamismo. Há uma onda de indignação que atingiu a Líbia, o Egito, o Iêmen e o Irã.

O Filme que gerou a polêmica

Novas informações sobre o vídeo anti-islâmico que foi o pivô dos protestos antiamericanos no Egito e na Líbia na terça-feira aumentam as dúvidas e a confusão sobre suas origens. O vídeo de menos de 15 minutos postado no YouTube sob o título Innocence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos, em tradução livre) foi criticado por representar o profeta Maomé de maneira desrespeitosa.

Durante os protestos contra o vídeo, no Egito e na Líbia, foram atacadas as representações diplomáticas americanas no Cairo e em Benghazi. O embaixador americano na Líbia e mais 13 pessoas, incluindo outros três funcionários americanos, morreram em consequência do incêndio provocado pelos manifestantes no consulado em Benghazi. Nesta quinta-feira, manifestantes invadiram também a embaixada americana em Sana, capital do Iêmen.

A origem exata do filme e do clipe que está disponível na internet, e a motivação por trás de sua produção permanecem um mistério, mas parece não haver ligações com um cineasta israelense, como inicialmente divulgado.

Produção barata

O filme foi rodado nos Estados Unidos e exibido em um pequeno cinema de Hollywood no final de junho. Mas foram os clipes postados no YouTube, e posteriormente traduzidos para o árabe, que parecem ter provocado os protestos.

O vídeo apareceu pela primeira vez na rede em 1º de julho, postado por alguém com o pseudônimo "sambacile". O filme, de produção barata, foi mal feito, com atuações pobres e pouca coerência de roteiro. Os comentários mais ofensivos sobre o islã e sobre o profeta Maomé foram claramente dublados posteriormente sobre a trilha sonora e não foram falados pelos atores.

Uma atriz que aparece no filme diz que não tinha ideia de que seria usada para propaganda anti-islâmica e afirmou que a condenava. Cindy Lee Garcia, de Bakersfield, na Califórnia, afirmou em entrevista ao website Gawker que teve um pequeno papel e que teriam dito a ela que o filme falaria sobre a vida no Egito há 2 mil anos e se chamaria Desert Warriors (Guerreiros do Deserto). Ela ameaçou processar o diretor pela forma como os atores foram usados.

Estreia
No dia 30 de junho, o filme então chamado The Innocence of Bin Laden (A Inocência de Bin Laden) foi exibido pela primeira vez no cinema Vine Theatre, no Hollywood Boulevard. Um dos presentes à sessão, que pediu para não ser identificado, disse que o filme durava cerca de uma hora, tinha uma produção muito pobre e atraiu apenas um punhado de espectadores. Ele disse que o homem que organizava a sessão era um egípcio radicado nos Estados Unidos e que havia contratado dois seguranças egípcios para a ocasião.

Um homem que se disse o roteirista e diretor do filme, que se identificou como Sam Bacile, deu uma série de entrevistas a vários órgãos de mídia na terça-feira, fazendo comentários anti-islâmicos inflamados para defender o filme. Ele dizia ter 52 ou 56 anos, dependendo da entrevista, e afirmou ser um corretor de imóveis judeu nascido em Israel e que teria arrecadado milhões de dólares com doadores judeus para financiar o filme.

Mas até a semana anterior, a única referência a Sam Bacile na internet era o vídeo do YouTube, e não havia nenhum registro de um corretor com aquele nome. Com isso, começaram os questionamentos sobre se Sam Bacile é uma pessoa real.

Um extremista de direita americano chamado Steve Klein, com ligações com vários grupos anti-islâmicos na Califórnia, ajudou a promover o vídeo, mas disse não saber a identidade do diretor. Ele se contradisse em entrevistas ao expressar suas posições radicais e finalmente admitiu acreditar que Sam Bacile era apenas um pseudônimo.

O pastor Terry Jones, da Flórida, que ficou conhecido por sua polêmicas ações anti-islâmicas que incluíram queimar exemplares do Corão, o livro sagrado dos Muçulmanos, disse que esteve em contato com Bacile para promover o filme, mas não o encontrou pessoalmente nem poderia identificá-lo.

Coptas
Outro nome que aparece ligado ao filme é o de Morris Sadek, um egípcio-americano da anti-islâmica Assembleia Nacional Copta Americana. Seu envolvimento na promoção do vídeo levantou questões sobre o envolvimento de grupos cristãos coptas.

Os coptas representam uma parcela importante da minoria cristã no Egito, e muitos deles veem manifestando preocupação com a liberdade religiosa no Egito sob o governo da Irmandade Muçulmana.

A agência de notícias AP, que havia entrevistado o homem que se dizia Sam Bacile pelo telefone, posteriormente seguiu pistas até chegar a um californiano chamado Nakoula Basseley Nakoula, 55 anos, que disse à agência ser um cristão copta e admitiu envolvimento na logística e na administração da produção do filme. Ele negou ser o diretor ou ter dado entrevistas como Sam Bacile, mas a AP disse que seus repórteres haviam identificado o telefone da entrevista em um endereço próximo de onde estava Nakoula.

Foi a tradução do filme para o árabe e a sua citação em TVs árabes que levaram à onda de violência - apesar de os Estados Unidos estarem investigando se os episódios mais intensos de violência não teriam sido premeditados.

Links

...Continue Lendo...

...Continue Lendo...

Vídeo