Neil Armstrong, 1º homem a pisar na Lua, morre aos 82 anos
Da Redação com Reuters
Foto(s): Divulgação / Arquivo
Armstrong, em foto de fevereiro deste ano, fala durante um jantar em homenagem ao também astronauta John Glenn
O ex-astronauta americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, morreu aos 82 anos, segundo reportagens na mídia dos Estados Unidos neste sábado. Armstrong tinha sido submetido a uma cirurgia no coração no começo deste mês para desobstruir artérias.
Como comandante da missão Apollo 11, Armstrong se tornou o primeiro ser humano a pisar na Lua em 20 de julho de 1969. Em nota, a família afirmou que Armstrong morreu devido a complicações cardiovasculares, mas não revelou o local onde ele estava. Os familiares o descrevem como um carinhoso marido, pai, avô, irmão e amigo, além de "um relutante herói americano que sempre acreditou que estava fazendo o seu trabalho."
Coração
Armstrong descobriu durante exames em um hospital que quatro artérias coronárias estavam entupidas e teve que passar por uma cirurgia de emergência no início de agosto. O ex-astronauta vivia em Cincinnati, onde fica o hospital no qual fez os exames e foi operado.
À TV NBC, Gene Cerman (que esteve na Lua na Apollo 17) relatava uma conversa que teve à época com Carol Armstrong (mulher de Neil) e ela afirmou que ele se recupera bem após o procedimento.
O astronauta tinha uma vida recatada. Sua última aparição pública foi no Congresso, em novembro do ano passado, quando defendeu a Nasa - a agência espacial americana - dos cortes no orçamento e recebeu uma medalha dos parlamentares.
O homem reservado
Armstrong nasceu em Wapakoneta, no Estado americano de Ohio, em 1930. Ele foi um apaixonado pela aviação e deixou a universidade em 1950 para lutar na Guerra da Coreia. Na luta, participou de 78 combates aéreos.
Após o conflito, começou a trabalhar como piloto de teste, levando a aeronave X-15 - um misto de avião e foguete - ao limite com o espaço. Foi um dos primeiros astronautas civis e participou do programa Gemini, da Nasa.
Em uma missão, uma falha no equipamento quase fez com que a nave se perdesse no espaço. Armstrong, conhecido por sua calma e frieza em momentos de crise, usou um sistema reserva para parar a nave (que girava sem controle) e fazer um pouso de emergência no Pacífico.
Mas foi o programa Apollo que eternizou o nome deste americano. Atrás dos soviéticos na corrida espacial (que já tinham mandado o primeiro satélite artificial e o primeiro homem ao espaço), o então presidente americano John F. Kennedy prometeu, em 1962, que até o fim da década iria mandar alguém para a Lua.
A preparação incluiu o treinamento para aprender a controlar o módulo lunar. Foi outro momento em que ele esteve próximo da morte. O astronauta teve que ejetar durante um voo para não morrer na queda do equipamento.
Em 16 de julho de 1969, Armstrong deixava a Terra a bordo de um gigantesco foguete Saturn V (o maior já construído pelo ser humano) ao lado dos também americanos Buzz Aldrin e Mike Collins. No dia 20 do mesmo mês, Armstrong anuciava: "A águia pousou". Pouco depois, pisava no nosso satélite natural ao lado de Aldrin. Collins ficou em um módulo em órbita.
Após a Apollo 11 e todas as honrarias que recebeu pelo feito, Armstrong dificilmente apareceu em público. Ele deixou a Nasa e foi para a Universidade de Cincinnati e depois trabalhou em empresas particulares. O homem reservado decepcionava muitos fãs ao frequentemente negar autógrafos e também aos jornalistas que pediam entrevistas. "Não quero ser um monumento vivo."
"No meu ponto de vista, uma grande conquista da Apollo foi a demonstração de que a humanidade não está presa para sempre no seu planeta", disse Armstrong em uma rara aparição.
Com informações da BBC e da CBS.
A tripulação do Apollo 11 contava o comandante Neil Armstrong (à esquerda), Michael Collins,(centro) e Edwin E. Aldrin Jr. (à direita)
Imagem mostra uma pegada humana na superfície lunar