O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quarta-feira que não há "instrumento que socorra a Petrobras, se não for o aumento de combustíveis". Lobão confirmou que o governo estuda a possibilidade de aumentar o combustível na bomba ainda neste ano, mas ainda não há decisão formal.
"Temos de pesar o seguinte: de um lado a necessidade (do reajuste) e do outro a preocupação com o impacto inflacionário", disse. Com a desoneração total da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) em vigor, Lobão acredita que qualquer reajuste deve ter impacto direto no preço final do combustível.
No dia 25 de junho, o preço da gasolina foi ajustado pela Petrobras em 7,8%, para as refinarias. Naquela ocasião, no entanto, o aumento não chegou ao bolso do consumidor final uma vez que o governo, para manter a inflação sob controle, zerou a alíquota da Cide.
Na ata de sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a expectativa de que não haverá reajuste no preço da gasolina este ano. Um aumento da inflação pode interromper a queda na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 8% ao ano - o menor valor da história.
Prejuízo
No segundo trimestre de 2012, a Petrobras apresentou seu primeiro prejuízo em 13 anos: R$ 1,34 bilhão. Para os analistas que cobrem a empresa os três principais motivos foram: desvalorização do real frente ao dólar, necessidade de importação maior dos derivados de petróleo e prejuízo decorrente de 41 poços secos ou subcomerciais, especialmente em áreas de novas fronteiras, perfurados entre 2009 e 2012.