Às vésperas da chegada dos Jogos Olímpicos de Londres, que têm tudo para ser os melhores da história em termos de organização e tecnologia, perguntamo-nos o que o Brasil pode pegar como exemplo para a Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016.
Londres vem cumprindo seu cronograma de maneira invejável, ainda mais se comparado aos percalços da preparação do Brasil para sediar a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016. A cidade londrina não correu o risco de que algo não ficasse pronto ou que não tivesse sido testado antes.
Já no Brasil, com a falta de planejamento, com tudo deixado para a última hora a expectativa é que as instalações fiquem prontas às vésperas dos Jogos. Dessa maneira, não será possível realizar os eventos-teste, que são grande chance de detectar e corrigir eventuais problemas que naturalmente ocorrem quando se organiza evento de tamanha complexidade.
Há tantas obras a serem concluídas que o País não poderá caprichar, como aconteceu nos Jogos Pan-americanos em 2007. Um dos principais legados para os Jogos Olímpicos do Rio terá que ser demolido ou totalmente reformado.
O velódromo foi construído há cinco anos e custou R$ 14 milhões, sendo R$ 13 milhões pagos pelo Ministério do Esporte e R$ 1 milhão pela prefeitura do Rio, mas não atende aos padrões exigidos para a Olimpíada.
Segundo o Comitê Organizador dos Jogos o problema principal para a utilização do velódromo nos Jogos de 2016 é que o local possui duas pilastras centrais, que seguram a estrutura e impediriam a homologação de recordes, pois os juízes não conseguem ter uma visão total da pista.
Outra questão é a capacidade de público do velódromo, que atualmente é de 1.500 lugares e para as Olimpíadas precisaria ter no mínimo 5.000. Há problemas ainda em relação ao número de boxes e vestiários disponíveis aos atletas, além da inclinação e curvatura da pista não são adequadas à disputa olímpica.
É importante relembrar para não cometer os mesmos erros do passado e ainda pagar um preço muito caro. O legado das Olimpíadas de Londres para o Rio 2016 deve ser justamente a organização e o cumprimento do seu cronograma, pois logo depois do encerramento da edição de 2012, o Rio passará a ser observado de perto pela imprensa internacional e terá sua capacidade de organização posta à prova, principalmente pelo cronograma de finalização das obras e os benefícios que a competição pode trazer à população do país.
* Orlando Morando é Deputado Estadual PSDB