Amantes do Fusca no Distrito Federal (DF) organizaram neste sábado uma carreata, ou "fusqueata" como eles preferem, para comemorar o Dia Mundial do Fusca - celebrado nesta sexta-feira. O trajeto é de 200 km, até Goiânia (GO), e eles garantem que raridades de 30, 40 e quase 50 anos conseguem dar conta do recado na estrada. A fusqueata é um evento simultâneo que acontece em diversos Estados, promovida por 64 clubes de todo o Brasil.
Eventos não faltam para tirar os veículos da garagem. Só em Brasília, são promovidos encontros frequentes para reunir Fuscas e também outros modelos da Volkswagen, como Variant, Brasília e TL. "Para participar, o cara tem de ser apaixonado por carro. Não precisa ter um modelo específico. O veículo é só uma desculpa para nos reunirmos", explica o vice-presidente da VW Boxer no DF, Samuel Figueirôa.
Invenção alemã dos anos 1930 e idealizado por Ferdinand Porsche, o Fusca começou a ser fabricado no Brasil em 1959 e se tornou um sucesso de vendas. Até a década de 1980, foram produzidos 3,3 milhões de unidades. No mundo, a Volks ainda fabricou seu último modelo já em pleno ano de 2003. A paixão chegou até aos cinemas. Quem não se lembra do "Herbie", o lendário carro de corrida número 53?
"O Fusca para mim é uma paixão desde criança. Tenho uma foto com nove meses de idade já dentro de um", conta o servidor público Wilson Pereira. Ele hoje está com seu quinto Fusca, comprado há três anos por R$ 12 mil. "Chegaram a me oferecer agora R$ 22 mil, mas eu não vendo, não", disse.
Aliás, investimento é algo recorrente entre colecionadores ou simples apaixonados por automóveis antigos. O vice-presidente do Clube do Fusca do DF, Delmo Santos, conta que em 12 anos ele já contabilizou mais de R$ 50 mil em gastos com seu carro, modelo 1968. "Comprei ele por R$ 1,3 mil em 2000 e na época só prestavam o motor e o câmbio".
A paixão pelo Fusca parece não ter passado para a geração seguinte. "Comprei para dar de presente a meu filho, mas ele não quis, então resolvi reformá-lo", conta Delmo, que já pensa em fazer mais uma reforma. Ele explica que pesquisou modelos antigos e chegou a encomendar peças que não eram encontradas no mercado. "Carro novo é confortável, mas Fusca é uma aventura. Tem de gostar muito", diz aos risos.