O filme, com direção de David R. Ellis, tem censura 14 anos.
Ao contrário de vários filmes de terror recentes que, para não serem prejudicados por uma proibição para menores optaram por abrandar seus efeitos assustadores, Premonição 2 mergulha de cabeça no sangue, razão pela qual deve agradar em cheio ao seu público alvo, formado por adolescentes mais velhos.
A premissa básica - de que a Morte é uma força física, embora invisível, que destrói aqueles que inicialmente conseguiram ludibriá-la - é a mesma que a do primeiro filme e, desta vez, é ainda mais difícil de se levar a sério.
Repetindo o tom visionário do qual era dotado a personagem de Devon Sawa no primeiro Premonição, Kim (A.J. Cook) começa a “enxergar” desastres antes de acontecerem.
Durante viagem de carro na companhia de amigos, ela visualiza um engavetamento pavoroso na estrada na qual estão prestes a entrar.
Quando sua visão se confirma, ela é salva de sua própria morte pelo policial Thomas Burke (Michael Landes), que pouco a pouco se dá conta de que ela não apenas pressente a chegada da morte mas também os vínculos que interligam um grupinho de pessoas que, como ela, deveriam ter morrido na rodovia.
Agora a Morte terá que persegui-los um de cada vez.
Outro personagem que não nos deixa esquecer o primeiro Premonição é Clear Waters (Ali Larter), que, não se sabe bem como, sobreviveu ao primeiro episódio e se internou num hospital psiquiátrico para sua própria proteção.
Mas, embora supostamente deva ser uma guia que ajuda Kim a compreender a teia de morte, ela não chega a lançar muita luz sobre o que acontece.
O que fica claro é que Premonição 2 é um filme de diálogos pesados e sem graça, pontuados por sequências de ação surreais e inesperadamente cômicas.
Um exemplo é a visita feita ao dentista por uma mãe e seu filho sobreviventes (Lynda Boyd e James Kirk), que acaba se transformando numa paródia hilariante de pássaros hitchcockianos somados à máquina perfuradora do dentista.
O filme peca por não explorar plenamente os recursos próprios do gênero terror. Um exemplo de desperdício é Tony Todd (Candyman), que aparece numa única cena bastante sem graça e depois desaparece.
Muitas outras cenas param antes de alcançar seu potencial aterrorizador pleno. Mas o final, concluído com uma última cena de sangue após uma imagem de paz que remete à América de Norman Rockwell, é ótimo.
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