O Brasil é o 84° colocado no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011, divulgado hoje (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A lista tem 187 países e o índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 o resultado, melhor o desempenho. O IDH 2011 do Brasil é 0,718, colocando o país no grupo de nações com desenvolvimento humano elevado. O índice brasileiro está acima da média global (0,682).
Na comparação com 2010, o Brasil subiu uma posição. A Noruega manteve a liderança no ranking, com IDH de 0,943. Em seguida estão a Austrália (0,929) e os Países Baixos (0,910) no grupo de países com desenvolvimento muito elevado. Nas últimas posições, com os piores índices, estão o Burundi (0,316), Níger (0,295) e a República Democrática do Congo (0,286), todos na África Subsaariana.
O IDH considera três dimensões fundamentais para o desenvolvimento humano: o conhecimento, medido por indicadores de educação; a saúde, medida pela longevidade; e o padrão de vida digno, medido pela renda.
Em 2011, para o Brasil, foram registrados 73,5 anos de expectativa de vida, 13,8 anos esperados de escolaridade (para crianças no início da vida escolar) e 7,2 anos de escolaridade média (considerando adultos com mais de 25 anos). A Renda Nacional Bruta (RNB) per capita dos brasileiros em 2011 considerada no cálculo do Pnud foi US$ 10.162.
Desde a criação do IDH, em 1980, o Brasil registra evolução no índice. Em três décadas, a expectativa de vida do brasileiro aumentou em 11 anos, a média de escolaridade subiu 4,6 anos, mas a expectativa de anos de escolaridade caiu 0,4 ano. No período, a RNB per capita subiu cerca de 40%.
“As dimensões sociais, de educação e saúde foram as que mais causaram impacto no IDH do Brasil e fizeram com que o país ganhasse posições”, avaliou o economista do Relatório de Desenvolvimento Humano brasileiro, Rogério Borges de Oliveira. Entre 2006 e 2011, o Brasil subiu três posições no ranking do IDH, segundo o Pnud.
Apesar dos avanços, o IDH 2011 do Brasil está abaixo da média da América Latina (0,731). O desempenho brasileiro está atrás do Chile (0,805), da Argentina (0,797), do Uruguai (0,783), de Cuba (0,776), do México (0,770), do Panamá (0,768), do Peru (0,725) e do Equador (0,720).
Em relação aos outros países que compõem o Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, China, Índia e a África do Sul), o IDH brasileiro é o segundo melhor, atrás da Rússia. “É interessante colocar esses países em um mesmo grupo de comparação pelo tamanho continental, pelas populações enormes, pela importância política, por serem economias emergentes e por terem políticas similares em alguns pontos”, explicou Oliveira.
Além do índice principal, o Pnud também divulgou o IDH ajustado à desigualdade (Idhad), que capta perdas no desenvolvimento humano por causa das disparidades socioeconômicas; o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM); e o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que mede a perda de oportunidades das mulheres por causa da discriminação.
Google mostra IDH em gráficos on-line
Os indicadores compilados pelo RDH (Relatório do Desenvolvimento Humano) do PNUD foram disponibilizados neste mês pelo Google na ferramenta Public Data Explorer, que permite traçar gráficos e mapas. Os dados são do relatório de 2010 e serão atualizados anualmente.
Entre as informações liberadas estão séries históricas do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), desde 1980, e o Índice de Pobreza Multidimencional, que leva em consideração fatores como educação, saúde e condições do domicílio para medir a pobreza.
A ferramenta pode ser usada para verificar mudanças nos indicadores ao longo dos anos e comparar dados de diferentes países. É possível, por exemplo, acompanhar a evolução do IDH dos países em um gráfico em que os pontos mudam de posição de acordo com a linha do tempo.
Para criar as imagens basta selecionar o indicador e o tipo de recurso a ser gerado ((gráficos de linhas, barras, bolhas e mapas). Um quadro do lado esquerdo, com o nomes dos países, permite que o usuário destaque as nações sobre as quais tem interesse. Há ferramentas para compartilhar as imagens por meio de links ou incorporá-las em sites.
A colaboração entre o Google e o PNUD pretende dar maior visibilidade à abordagem do desenvolvimento humano, ou seja, do desenvolvimento centrado nas pessoas. O objetivo é semelhante ao que norteou a criação do IDH, em 1990: que indicadores como expectativa de vida ou escolaridade recebam tanta atenção como dados sobre o crescimento da renda.
“Tornar essa informação mais acessível através do Google dá aos internautas de qualquer lugar do mundo uma nova maneira convincente de ver tendências e padrões no desenvolvimento humano hoje e ao longo do tempo”, disse a diretora do RDH do PNUD, Jeni Klungman. “Isso dá vida gráfica para o IDH”.
As informações do relatório também podem ser cruzadas com outros bancos de dados abrigados no Public Data Explorer, serviço lançado pelo Google em 2009. Entre os números disponíveis estão índices econômicos, de demografia, educação, violência, saúde e meio ambiente. Muitos foram fornecidos por outras agências da ONU, como UNESCO e UN DESA (Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais), além de Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional.
É possível acessar o Public Data Explorer diretamente no site do RDH , onde o usuário também tem acesso aos dados tabelados, que podem ser baixados para o computador. Basta clicar na opção “Índice Faça Você Mesmo” (Do-it-yourself Index) e escolher as opções de busca dos indicadores.